Multiverso é o termo utilizado por cientistas para descrever a ideia de que outros universos podem existir. Na prática, seria dizer que o pedaço do espaço com bilhões de galáxias e estrelas em que o planeta Terra está, não é o único.
O conceito é parte integrante de diferentes teorias científicas. A unidade entre todas estas maneiras de enxergar essa tese está em que cada uma delas sugere que o espaço e o tempo que observamos não é a única realidade.
A física – e a filosofia – tem se dedicado a estudar o conceito. Especialmente para transpor a existência de muitos-mundos do campo da hipótese para uma lei, desde que seja possível comprovar o fenômeno.
Afinal, como funciona o multiverso?
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A hipótese mais aceita entre acadêmicos, cientistas e pesquisadores é conhecida como cosmologia inflacionária. Segundo ela, instantes após o Big Bang, o universo cresceu rápida e exponencialmente.
Essa teoria é capaz de explicar propriedades que já foram observadas no universo, como estrutura e distribuição de galáxias. No entanto, é preciso uma organização para tudo isso, certo? É aí que entra o físico Max Tegmark.
Tegmark criou uma classificação para os muitos-mundos. De acordo com ele, as outras Terras estariam em dimensões que não temos como alcançar, pois existem em diferentes linhas do tempo. Seriam quatro níveis de multiversos:
- No primeiro, estariam tudo que se estende além do alcance do nosso universo visível;
- No segundo, universos além da nossa "bolha" de galáxias, gigantescamente distantes do nosso;
- No terceiro, são os universos tridimensionais, como o nosso, separados por conta de interações quânticas que formam um multiverso infinitamente ramificado;
- No quarto nível, Tegmark abrange tudo o que existe, entre teorias e universos paralelos.
Qual a origem da teoria do multiverso?
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Não se espante, mas a ideia de que haveriam múltiplos universos tem origem em um passado bastante distante, especificamente na Grécia Antiga. A filosofia grega já pregava a possibilidade de que vários mundos existissem.
Porém, o termo multiverso foi cunhado apenas em 1895, pelo filósofo norte-americano William James, mas sem denotar vários universos. Coube ao escritor Michael Moorcock se apropriar do verbete com tal sentido em The Sundered Worlds.
Foi na reta final do século XX que físicos e matemáticos levaram adiante estudos sobre o multiverso. Acredita-se que ele oferece uma explicação melhor para a origem de nosso próprio universo, antes do Big Bang.
Como seria a vida nesses muitos-mundos?
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Bem, partindo da premissa de que a teoria é realmente um fato, poderia ser que diferentes versões de nós estejam por aí, uma em cada multiverso, levando a vida que teríamos tido se tivéssemos tomado decisões diferentes na vida.
Agora, o fato de termos doppelgängers, ou seja, uma cópia exata de nós, não significa que conseguiríamos estar em contato com ele. Tampouco traduz que suas personalidades fossem iguais – ainda que isso seja, sim, uma possibilidade.
O cientistas creem ser pouco provável viajar entre universos, tal qual em um filme ou série da Marvel ou em uma HQ. Ao menos com o conhecimento e tecnologia disponível nos dias atuais. Daqui mil anos, quem sabe?
De fato, o multiverso existe?
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A resposta para essa pergunta é que a ciência ainda não tem resposta. Vamos por partes! Os cientistas têm procurado encontrar evidências concretas da existência de muitos-mundos.
Recentemente, a University College London (UCL), uma das mais conceituadas no Reino Unido, propôs que seria possível confirmar as teorias procurando marcas de que nosso universo tivesse colidido com outro.
Isso seria possível a partir da análise de distorções no fundo cósmico de micro-ondas, por exemplo. Entretanto, todas as buscas até hoje tem entregado resultados negativos, mantendo o multiverso no campo hipotético.
Na Universidade do Arizona, o cosmólogo Heling Deng tem estudado tipos especiais de buracos negros em busca de evidências dos muitos-mundos.
Segundo o pesquisador, eles poderiam ser pedaços de nosso universo que se separaram e deram origem a um novo universo, em um processo batizado de tunelamento quântico (feito túnel). Porém, a pesquisa ainda segue em andamento.
Veja os cosmólogos que divergem das teorias
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Nem todos no universo científico estão convertidos à ideia de muitos universos coexistindo. Nomes como o físico Paul Davies e o professor e cosmólogo sul-africano George Ellis estão entre essas pessoas.
Segundo Ellis, universo é um termo que contempla o todo, inclusive suas expansões. Por fim, o pesquisador faz questão de enfatizar que é difícil encarar uma hipótese que não pode ser vista, logo não é um fenômeno capaz de ser comprovado.
Em geral, quem não se anima com a ideia de muitos-mundos não desacredita que não há mais a ser descoberto, a ser visto para além do que enxergamos. Seja como for, todos concordam com uma coisa: ainda sabemos muito pouco sobre tudo!
E você, acredita que existam outros universos? Como seria seu doppelgänger? Compartilhe o artigo com seus amigos, descubra o que eles pensam a respeito. Confira outros artigos sobre ciência aqui no TecMundo.
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