O mundo moderno é marcado pela presença das telas. Estão em todos os lugares: nos celulares, nas televisões, no painel do carro, e até nos relógios inteligentes (smartwatches). Não tem escapatória, estamos sempre expostos a elas.
Podem parecer inofensivas a princípio, mas o brilho emitido por elas pode nos causar danos aos olhos e à pele. Isso porque grande parte dele é composta da cor azul, uma faixa do espectro eletromagnético muito energética. Saiba os males que a chamada luz azul pode causar e como se proteger.
A luz azul emitida pelas telas de celulares e computadores pode nos fazer mal (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Segundo os físicos, a luz é um tipo de radiação eletromagnética que podemos ver. Ela tem duas propriedades importantes que irão determinar outras características: frequência e comprimento de onda, ambas relacionadas entre si.
São as diferentes frequências que ditam, por exemplo, as cores que somos capazes de ver. Ela também determina um determinado valor de energia que a radiação carrega.
É o caso, por exemplo, da luz ultravioleta: com alta frequência, ela também é muito energética, e pode causar danos à nossa pele se tomarmos sol por muito tempo sem protetor solar. A longo prazo, essa radiação pode até mesmo levar a quadros de câncer de pele.
A luz azul faz mal para pele?
A luz azul também tem uma energia alta, mas que não chega aos níveis da radiação ultravioleta. Por isso, no dia-a-dia ela não causa nenhum problema de saúde: nossa pele evolui para lidar com os níveis naturais dessa cor.
Os problemas surgem, entretanto, quando essa exposição é demasiada. Esse é o nosso caso hoje, quando passamos horas em frente às telas, seja trabalhando seja nos nossos momentos de lazer.
Uma hora de exposição à luz azul por noite já causa danos à saúde (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Já existem estudos sobre o fenômeno que mostram que essa radiação causa estresse oxidativo, aumento na concentração de citocinas, acnes, psoríase, dermatites atópicas e outros danos para a pele.
Em média, os resultados mostram que apenas uma hora por noite de contato com luzes de LED já são prejudiciais para a saúde. Por isso, buscar maneiras de limitar o tempo de exposição pode ser uma boa saída para preservar a nossa pele.
Quais os benefícios das lentes para luz azul?
Não é só a pele que sofre com a luz azul, os olhos também são susceptíveis aos danos causados por elas. Evidências mostram que esse tipo de radiação pode causar danos permanentes à visão.
Um dos problemas causados por ela é a degeneração macular, uma doença que afeta a área central da retina. A incidência de luz sobre essa região desencadeia o surgimento de moléculas danosas para o tecido e pode levar à perda da visão.
Para evitar as consequências da exposição, uma alternativa é o uso de lentes para a cor azul. Cada vez mais populares entre os usuários de óculos, elas também estão disponíveis para quem não precisa deles.
A luz azul atrapalha o sono?
Apesar dos malefícios da exposição prolongada, a luz azul é necessária para um processo muito importante do nosso organismo: o ciclo circadiano. Através dela, nossa pele sabe informar ao cérebro se é dia, hora de ficar acordado, ou noite, momento e descansar.
Mas com a chegada do século XXI e a disseminação das luzes artificiais, o nosso corpo é bombardeado por estímulos luminosos e fica difícil para ele entender se deve dormir ou não - lembre-se que esses processos são inconscientes.
Por isso a luz azul pode atrapalhar o nosso sono. Especialistas recomendam que ela seja evitada durante a noite por pelo menos uma hora antes de deitarmos na cama. Para frear o problema, também é possível usar filtros de luz. Softwares como o f.lux regulam a cor do brilho dos computadores nas horas certas do dia.
O problema foi especialmente preocupante durante a pandemia do coronavírus. Devido às medidas de isolamento, muita gente no mundo todo aumentou o tempo de tela. E daí a internet pipocou com os relatos dos sonhos agitados e mais estranhos possíveis.
Pesquisas científicas também mostraram que a luz azul afeta a produção natural de melatonina, o dos hormônios envolvidos no sono, e pode causa noites mal dormidas. Esse problema também pode gerar outros efeitos na saúde.
Reduzir a exposição diminuindo o tempo de uso de dispositivos eletrônicos, utilizando óculos com filtro, bem como fazendo uso diário de protetor solar, são boas práticas que devem ser adotadas para protegermos nossa pele, olhos e sono dos efeitos negativos da luz azul.