A aurora boreal e a austral são fenômenos visuais que se parecem muito com um show de luzes coloridas. Muito comuns em fevereiro, março, abril, setembro e outubro, eles ocorrem nas regiões polares. Facilmente vistos a olho nu, são resultado da fricção entre partículas com energia oriundas dos ventos solares com o campo magnético do globo terrestre.
A cena é linda e muita gente faz turismo apenas para assistir in loco. A origem do nome é responsabilidade do astrônomo Galileu Galilei. Referenciado como “pai da astronomia observacional”, Galileu desejava prestar homenagens a Aurora, deusa romana do amanhecer, e ao deus grego Boreas, dos ventos do norte.
Mas, afinal, como se forma a aurora boreal?
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Muita gente se pergunta como acontece a aurora boreal. Na Idade Média, por exemplo, havia uma associação mística para o fenômeno, e acreditava-se que elas eram sinais divinos. Os primeiros registros que se têm da visualização do efeito têm 3,5 mil anos. Na Europa, já foram encontradas pinturas em cavernas feitas pelos povos cro-magnon.
Durante tempestades solares, um gás carregado de energia com elétrons e prótons é emitido. Ao entrar em contato com a atmosfera e o campo magnético da Terra, há um choque, formando-se um espetáculo de luzes de cores azul, vermelha e verde. As diferentes cores são resultado dos íons ao perderem prótons ou elétrons.
Os formatos vistos no céu podem ser diversos, variando entre pontos luminosos, faixas horizontais ou circulares. Seja como for, serão sempre alinhados ao campo magnético terrestre. O mais interessante é que a aurora boreal pode ocorrer em outros planetas próximos ao sol, como Vênus e Marte.
Quais são as diferenças entre a aurora boreal e a aurora austral?
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As diferenças entre as auroras são simples de serem explicadas. As austrais ocorrem no Hemisfério Sul da Terra, podendo ser vistas na Antártida, na Patagônia, na Tasmânia e na Nova Zelândia. Já as boreais acontecem no Hemisfério Norte, sendo mais bem observadas na Islândia, na Suécia, na Finlândia, na Noruega, na Sibéria, na Groenlândia e no Canadá.
Cientistas chegaram a defender a tese de que ambas as auroras aconteceriam de modo simultâneo, como uma espécie de espelho. Foi a partir de um estudo da NASA, apresentado em 2009, que essa hipótese caiu. Especialistas identificaram que o movimento delas é feito em direções opostas — a austral rumo ao sol e a boreal no sentido contrário.
Quem deseja ter a oportunidade de ver de perto o fenômeno tem que ficar esperto. Enxergar a aurora boreal é muito mais simples do que a austral. Isso ocorre porque a austral é melhor vista na Antártida, o que obriga que você esteja bem localizado e em uma região do oceano que é muito fria.
Qual é a melhor forma de acompanhar a aurora boreal?
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No Hemisfério Norte, os primeiros meses do ano são os mais favoráveis. Janeiro, fevereiro e março são os meses em que a incidência de neve é menor, então o céu fica mais limpo e facilita a visualização do efeito. Noruega, Suécia, Dinamarca, Alasca, Finlândia, Escócia, Rússia, Islândia, Groenlândia e Canadá são os locais em que a aurora boreal tem melhor exposição aos curiosos.
Já no Hemisfério Sul, a aurora austral é melhor visualizada durante o inverno, entre o final de junho e o final de setembro. Antártida, Patagônia, Tasmânia e Nova Zelândia são os melhores locais para vê-la, com destaque para a Antártida, em que as luzes parecem mais coloridas e ficam mais visíveis pela ausência de grandes construções.
Quem já teve a oportunidade de ver de perto diz que acompanhar o fenômeno das “luzes no céu” é uma ocasião única na vida. As agências de viagem costumam dar preferência à organização de grupos para a aventura de acompanhar o fenômeno. A principal razão diz respeito às baixas temperaturas e aos locais que podem ser desafiadores.
Conheça 3 curiosidades do fenômeno das “luzes no céu”
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1. Potencial danoso
Para ocorrerem, as auroras necessitam da impulsão do vento solar. No entanto, o vento tem potencial de causar estragos, além de afetar o funcionamento de satélites e submarinos. Um efeito danoso do tipo ocorreu em 1859 e causou interferência em telégrafos por todo o Hemisfério Norte. A situação foi batizada de Evento de Carrington.
2. O som da aurora boreal
Um grupo de pesquisadores da Universidade Aalto, na Finlândia, conduziu um estudo que identificou que as auroras boreais são capazes de “emitir” sons. O que os cientistas identificaram foi uma interferência audível causada pelas partículas energizadas oriundas do sol. O som é semelhante a um “bater de palmas”, breve e suave.
3. Um fenômeno veloz
Cientistas conseguiram medir a velocidade que as partículas emitidas pelo sol atingem e descobriram que a energia produzida pela tempestade solar pode fazê-las viajar a até 11,2 mil quilômetros por hora. Segundo cálculos, isso significa dizer que o vento solar levaria até 5 dias para atingir a Terra.
E então, o que achou da matéria? Se você é um entusiasta e quer ficar por dentro desse e de outros assuntos científicos, continue acompanhando o TecMundo.
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