Um novo estudo classificou três tipos diferentes de covid longa segundo os sintomas, cepa e situação vacinal dos pacientes. A descoberta mostra que a doença não é homogênea, como se pensava.
Os resultados da pesquisa foram divulgados de forma preliminar e ainda devem passar pelo escrutínio de outros cientistas para certificarem sua validade.
Os sintomas da covid longa podem se arrastar por meses após o início da infecçãoFonte: Shutterstock
Dados clínicos de quase 1.500 pessoas que tiveram sintomas persistentes por mais de 84 dias após a infecção pelo coronavírus foram analisados pelos pesquisadores do King's College de Londres e usados para caracterizar três tipos diferentes da doença.
Na maioria dos casos, os pacientes experimentaram problemas cognitivos, como névoa mental, dores de cabeça e exaustão. Esse quadro de covid longa é mais característico das variantes alfa e delta do vírus.
Um segundo grupo, porém, sofreu por semanas com problemas respiratórios e dores no peito. Danos pulmonares como esses foram mais comuns entre pessoas não vacinadas que contraíram o coronavírus selvagem, logo no começo da pandemia.
O parasita pode causar ainda sintomas variados, desde palpitações até dores musculares ou problemas de pele. Pacientes que apresentam essa miscelânea de condições foram agrupadas pelos pesquisadores em uma terceira categoria da doença.
Algumas pessoas com covid longa experimentam sintomas neurológicos prolongadosFonte: Shutterstock
Logo no início da pandemia da covid-19, casos de sintomas persistentes da doença chamaram a atenção de médicos. Batizada de covid longa, essa doença ainda é pouco conhecida pelos cientistas e suas causas continuam um mistério.
Marc Modat, um dos autores do estudo, afirma em nota que essa pesquisa "abre novos caminhos para entender melhor a doença e mitigar os seus efeitos de longo prazo". Esse é o primeiro trabalho científico que tenta categorizar os pacientes dessa condição.
ARTIGO medRXiv: doi.org/10.1101/2022.07.28.22278159
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