De acordo com um estudo realizado pela Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, destroços de foguetes antigos podem cair na Terra e ferir pessoas em todo o mundo nos próximos dez anos. Segundo os dados, os restos de foguetes deixados na órbita do espaço têm entre 6% e 10% de chances de ferir um ser humano durante a próxima década.
Anualmente, milhares de objetos são lançados ao espaço, como satélites, mas algumas dessas missões dispensam restos dos foguetes em órbita. Caso um desses destroços esteja em uma órbita baixa o suficiente, eles podem reentrar na atmosfera, queimar e soltar pedaços em uma área de 10 metros quadrados que podem atingir pessoas e causar acidentes letais.
Por isso, os pesquisadores da UBC sugerem que os governos ao redor do mundo criem medidas coletivas para evitar que os restos de foguetes caiam na terra. Eles afirmam que a situação pode melhorar, casos essas peças de foguetes descartadas sejam guiadas à terra de forma segura — por exemplo, usando motores para guiar os destroços até áreas remotas do oceano.
Os destroços também podem atingir carros, aviões e edifícios, e causar desastres pioresFonte: Shutterstock
“É permissível considerar a perda de vidas humanas apenas como um custo para fazer negócios, ou é algo que devemos procurar proteger quando pudermos? E esse é o ponto crucial aqui: podemos nos proteger contra esse risco”, disse o professor do departamento de ciência política da UBC, Michael Byers.
Destroços na atmosfera
A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Astronomy e os cientistas afirmam que usaram 30 anos de dados de um catálogo público de satélites para entender a situação. Assim, as informações foram usadas para criar a porcentagem de queda nos próximos dez anos.
Os pesquisadores também afirmam que a possibilidade de queda é maior no sul do planeta, em regiões como Jacarta (Indonésia), Daca (Bangladesh) e Lagos (Nigéria). De qualquer forma, diversos detritos do espaço já atingiram a superfície da Terra, como um cano de 12 metros do foguete Long March 5B que atingiu a Costa do Marfim, em 2020.
Atualmente, já existem projetos de tecnologia para a remoção dos destroços no espaço, contudo, a ação necessitaria de muito dinheiro para acontecer. Os pesquisadores continuarão estudando os efeitos de destroços que reentram na atmosfera.
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