Asteroides são pequenos objetos rochosos que, tal qual os planetas, orbitam o Sol, sendo remanescentes da formação inicial do nosso Sistema Solar, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
Constituídos essencialmente de metais e silicatos, essas rochas espaciais não possuem atmosfera e suas dimensões variam muito em tamanho, indo desde alguns centímetros até algumas dezenas de quilômetros, razão pela qual é conferido a alguns asteroides também o nome de planeta-menor ou planeta-anão.
Existem muitos asteroides no nosso Sistema Solar e, por incrível que pareça, é possível conta-los: 1.113.527 asteroides e subindo. A maioria destes está localizada em uma região específica no espaço, bem entre as órbitas de Marte e Júpiter, chamada de cinturão principal de asteroides.
Ilustração mostra representações de asteroidesFonte: Shutterstock
A descoberta dos asteroides remonta ao início do século XIX quando, em 1801, o astrônomo italiano Giuseppe Piazzi descobriu acidentalmente um pequeno objeto com cerca de mil quilômetros de diâmetro justamente no cinturão de asteroides.
Piazzi nomeou o objeto Ceres e ele entrou para a história como o primeiro asteroide a ser descoberto. Um ano depois, em 1802, mais dois foram descobertos. Em seguida, 60 anos depois, já haviam sido descobertos 100 asteroides, em 1921 a contagem chegou a 1.000 e esse número só aumentou até superar a marca de 1 milhão em 2020.
Isso somente foi possível devido à sofisticação cada vez maior dos telescópios profissionais, tanto aqueles localizados na superfície da Terra quanto dos espaciais que vão à órbita. A melhoria técnica dos instrumentos ópticos nesses telescópios possibilitou a detecção mais precisa dos asteroides, mesmo dos mais pequenos, em diversos comprimentos de onda além da luz visível.
A maioria dos objetos que esses telescópios veem no céu estão tão distantes que parecem não se mover. Isso vale para as estrelas, por exemplo. A maioria delas se move tão lentamente no céu que nenhum de nós seria capaz de notar alguma mudança significativa ao longo de nossa vida inteira. Porém, os asteroides que estão muito mais próximos da Terra, chamados de NEOs (da sigla em inglês para Near Earth Objects) se movem muito mais rapidamente pelo céu noturno.
A partir disso, os astrônomos conseguem encontrar asteroides observando seu movimento em relação aos objetos de fundo “fixos” no céu noturno. Essas rochas espaciais irão, desse modo, percorrer o campo de visão do telescópio com uma velocidade maior ou menor, de acordo com suas características orbitais. Além disso, com base nessa dinâmica orbital e também na luz refletida pelos asteroides (já que são corpos celestes que não emitem luz própria), os astrônomos conseguem tirar inúmeras informações físicas como, por exemplo, período e raio orbital, estimativas de massa, composição química, entre outros.
Imagem mostra o movimento relativo de um asteroide (fonte: NASA)Fonte: NASA
Encontrar asteroides, entretanto, não é uma tarefa desenvolvida apenas por profissionais. Muitos astrônomos amadores ao redor do mundo já detectaram asteroides inteiramente inéditos e deram contribuições significativas para a comunidade científica.
A forma como fazem isso consiste em duas perspectivas únicas, porém relacionadas: a primeira delas é utilizando um telescópio próprio com um sistema acoplado a uma câmera (em geral, com sensores CCDs) para registrar uma região do céu noturno ao longo de diversas horas e até mesmo ao longo de diversas noites, podendo ter a sorte de registrar o movimento de um asteroide em relação às estrelas fixas do fundo.
A segunda maneira também é através de análise de imagens, porém, com a diferença de que as imagens são produzidas por telescópios profissionais. Com a melhoria dos telescópios espaciais e terrestres, a quantidade de observações tem produzido uma quantidade de dados cada vez mais volumosa, o que faz com que eles sejam também divulgados para a colaboração do público geral, em projetos de ciência cidadã como os do Zooniverse e os da International Astronomical Search Collaboration (IASC).
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