A safra de açúcar mascavo brasileiro de 2022 virá com uma novidade para o consumidor. Pela primeira vez esse produto poderá ser rastreado com um sistema baseado na tecnologia blockchain.
Além de expandir o mercado nacional, a implementação da tecnologia também tem como objetivo reduzir os casos de adulteração do produto. O novo sistema já entrou em funcionamento no mês de junho.
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Tecnologia blockchain será usada para rastrear açúcar mascavo brasileiro (Fonte: Embrapa/Magda Cruciol/reprodução)Fonte: Embrapa/Magda Cruciol
Adulteração
O mascavo é uma variedade mais bruta do açúcar tradicional, que recebe o mínimo de processamento durante a produção. Por isso, preserva nutrientes valiosos e é mais caro — pode chegar a um preço de prateleira até cinco vezes maior que o cristal, por exemplo.
O alto valor do produto é a motivação por trás de muitos casos de adulteração desse alimento. Misturando o açúcar cristal com outras substâncias é fácil obter um material com características físicas bem parecidas ao mascavo, mas sem as propriedades nutritivas.
Mas o uso da tecnologia blockchain promete resolver a questão. Com a tecnologia, os dados de fabricação serão encadeados automaticamente em uma sequência temporal e imutável, através de blockchain, mesma técnica usada para certificar a validade de criptomoedas e NFTs.
Com blockchain, os casos de adulteração do produto devem cair (Fonte: Embrapa/Granelli/reprodução)Fonte: Embrapa/Granelli
“Com a blockchain, qualquer pessoa poderá checar se o histórico daquele registro foi manipulado. Se algum dado foi alterado, o QR Code não trará as informações", diz o pesquisador da Embrapa, Alexandre de Castro, líder do projeto, em nota.
A rastreabilidade permite que o consumidor confira as informações sobre o produto final, como origem e processo de fabricação. Elas estarão disponíveis através de um QR Code que virá estampado nas embalagens.
A novidade também pode aumentar a capacidade do produto nacional acessar mercados estrangeiros, cada vez mais exigentes.
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O Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), que vai ser usado no açúcar, foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa, e testado em parceria com a Usina Granelli (Charqueada-SP), que será a primeira com licença para vender o produto.
Será possível consultar a data de produção, variedade de cana utilizada, geolocalização da propriedade rural de origem, resultados de análises microbiológicas e parâmetros físico-químicos de cada lote.
Fontes