Pesquisadores das universidades de Lausanne e da Basileia, na Suíça, utilizaram imagens de satélites feitas durante 38 anos – de 1984 a 2021 – para traçar um painel sobre os impactos das mudanças climáticas na cordilheira dos Alpes, na Europa. Não só a cobertura de neves vem diminuindo com o aquecimento global, diz o estudo, como a vegetação acima da linha das árvores cresceu em quase 80%.
Os resultados do estudo foram publicados na revista Science.
A exemplo do que ocorreu no Ártico, o derretimento das geleiras tornou-se um símbolo das mudanças climáticas nos Alpes. Segundo a pesquisa, as consequências do aquecimento global foram mais dramáticas nas montanhas do que nas altitudes mais baixas. Além do derretimento progressivo, a cordilheira se tornou rapidamente “esverdeada”.
Como os pesquisadores avaliaram as mudanças nos Alpes?
Fonte: ESA/ISS/Divulgação.Fonte: ESA/ISS
Para ter um panorama abrangente do derretimento na neve na cordilheira alpina, os cientistas trabalharam em parceria com colegas da Holanda e da Finlândia, e investigaram a mudança na cobertura de neve e vegetação, usando imagens de alta resolução, feitas por satélites de sensoriamento remoto.
Analisando as fotos de 38 anos, os autores perceberam o fenômeno de "esverdeamento" causado pelo aquecimento global, intensificado na região por atividades humanas, como a queima de carvão.
O estudo chega então a uma conclusão paradoxal: no caso dos Alpes, mais "verde" não é uma coisa positiva. Isso porque "Montanhas mais verdes refletem menos luz solar", explica Sabine Rumpf, principal autora do estudo. É um ciclo sem fim: aquecimento global causa esverdeamento, que derrete a neve, causando condições mais quentes, que levam a... mais esverdeamento. O problema é que tudo começa com a ação humana.
ARTIGO Science - DOI: 10.1126/science.abn6697.
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