Pesquisadores descobriram dois novos subtipos de câncer de próstata resistentes aos tratamentos atuais. Apesar de despertar preocupação, cientistas estão otimistas que a novidade pode abrir portas para novos tratamentos no futuro. Os resultados foram divulgados na revista científica Science.
Em homens, câncer de próstata é um dos principais riscos de saúde (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
A maioria das variantes de câncer de próstata tem crescimento bastante lento. Por isso, o diagnóstico precoce e um tratamento adequado possuem altíssimas chances de sucesso nesses casos.
Uma das terapias disponíveis atualmente é a de redução dos níveis de testosterona até valores muito baixos. No novo estudo, entretanto, os especialistas encontraram quatro subtipos da doença capazes de resistir a esse procedimento — dois deles inéditos.
O achado foi feito a partir da análise de 40 amostras de tumores coletadas de diferentes pacientes. Foram estudadas diferentes características desses materiais, como o seu DNA, RNA e a cromatina — uma substância que empacota os cromossomos.
Novos alvos farmacêuticos
Foi justamente através dessa última característica que os cientistas encontraram os novos subtipos do câncer de próstata. Além disso, foi possível descobrir qual o mecanismo de ação desses tumores.
Eles atuam ativando uma série de proteínas da própria cromatina que estimulam a proliferação acelerada das células. Sabendo disso, os pesquisadores agora têm novos alvos para mirar durante o desenvolvimento de remédios antitumorais.
"Uma vez que você pode identificar que tipo de tumor os pacientes têm, essa é uma informação muito poderosa", diz Etka Khurana, um dos autores do estudo, ao site New Atlas. “Para pacientes que se enquadram neste subtipo, encontramos alvos de drogas muito promissores.”
Os pesquisadores determinaram também a taxa de incidência dos novos subtipos, através do sequenciamento de RNA de amostras de 366 pacientes. Um deles mostrou-se abundante, atingindo entre 22% e 30% dos casos, enquanto o outro foi mais raro — apenas 5% a 7% dos pacientes acometidos.
ARTIGO Science: doi.org/10.1126/science.abe1505
Fontes