Após investigar 180 casos de hepatite misteriosa infantil grave nos EUA, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) lançaram na semana passada a hipótese de que a infecção por adenovírus, um patógeno comum em crianças, pode estar relacionada à hepatite que vem afetando crianças e adolescentes do mundo inteiro. Nos EUA, seis jovens já morreram em consequência da enfermidade.
Depois que a agência norte-americana emitiu um alerta nacional, em abril passado, para que médicos do país fiquem atentos a casos de crianças com hepatite, o vice-diretor para doenças infecciosas do CDC, Jay Butler, fez uma afirmação curiosa durante uma teleconferência: pelo menos metade das crianças diagnosticadas nos últimos meses também estavam infectadas com adenovírus, principalmente o tipo 41, ligado a sintomas respiratórios.
Quantos casos existem de hepatite infantil no Brasil?
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De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos de hepatite misteriosa infantil atualmente em investigação no Brasil é de 64 crianças e adolescentes. Do total, 54% são meninos e 46%, meninas, com média de idade de 7 anos de idade. Pelo menos dois pacientes tiveram que passar por transplantes de fígado, mas não ocorreram óbitos.
No mundo inteiro, pelo menos 30 países já registraram ou possuem casos da doença sob investigação. A maior concentração de jovens com inflamações no fígado encontra-se no Reino Unido, com 197 casos registrados até a última sexta-feira (20), dos quais 11 foram obrigados a se submeter a transplantes de fígado.
As autoridades de saúde britânicas compartilham a teoria do CDC americano sobre o adenovírus. Segundo Butler, uma das possíveis explicações pode ser que as medidas de contenção da pandemia da covid-19 podem ter causado uma subexposição ao vírus, que se "recuperou" violentamente com o relaxamento das medidas de afastamento social. O CDC também investiga a influência de outros patógenos, medicamentos e fatores de risco.
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