*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
Uma das causas mais comuns para desmaios - ou síncopes, para usarmos o nome técnico -, a síndrome vasovagal é caracterizada pela queda de pressão arterial devido à dificuldade de retorno de sangue para o coração. Entenda como ela pode ser prevenida e o que fazer caso alguém tenha um episódio perto de você.
Primeiro, vamos entender o que é a síndrome vasovagal: o nervo vago, que conecta o cérebro ao coração, é o responsável por dar nome a essa condição. O que ocorre em um episódio dessa síndrome é a perda transitória da consciência - um desmaio -, que é provocada pela diminuição dos batimentos cardíacos do portador.
Mas por que os batimentos cardíacos diminuem subitamente? É uma consequência da queda na pressão arterial, que ocorre após longos períodos em pé, o que acaba dificultando o retorno do sangue dos membros inferiores ao coração que, por sua vez, trabalha com mais esforço e pouco sangue. Quando o cérebro percebe e manda o coração cessar o excesso de esforço, ocorre o desmaio.
Embora síndrome vasovagal não seja sinônimo de doença, é importante investigar se o portador não sofre de condições como epilepsia, neuropatias autonômicas, doenças cerebrovasculares e desordens cardíacas ou endócrinas. Essa síndrome é mais comum em mulheres jovens.
Como prevenir a síndrome vasovagal
Tilt test.Fonte: Shutterstock
Não há tratamento específico para a síndrome vasovagal. O diagnóstico é feito por médicos e envolve um exame chamado "tilt test", que é um teste de inclinação ortostática - feito com o paciente deitado em uma maca.
Durante o exame, a equipe verifica a condição do coração do paciente, a velocidade de batimentos (frequência cardíaca), o volume e o fluxo de sangue no corpo em diferentes posições. O paciente fica deitado por 10 a 20 minutos, depois a cama é inclinada entre 60 e 70 graus por pelo menos mais 20 minutos.
O exame também ajuda o paciente a reconhecer seus sintomas e visualizar as alterações envolvidas, o que facilita o entendimento da situação para episódios posteriores.
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Caso a síndrome seja confirmada, medicamentos podem ser receitados em alguns casos, para evitar a queda da pressão arterial, mas geralmente os cuidados são comportamentais. O ideal é que os portadores aprendam a evitar determinados ambientes e a controlar situações que podem servir de gatilho.
É importante que quem sofre desmaios frequentes evite: ambientes fechados ou aglomerados, ficar em jejum por longos períodos, passar muito tempo em pé e ficar ansioso, passar por grandes emoções, sustos ou ingerir bebidas alcoólicas - situações que podem desencadear o problema.
A hidratação também ajuda a controlar a pressão arterial, diminuindo as chances de desmaios.
Os principais sintomas antes de uma síncope podem incluir:
- pele pálida;
- tontura;
- fraqueza;
- visão embaçada ou borrada;
- visão de túnel – o campo de visão se estreita e a pessoa vê apenas o que está à sua frente;
- náusea;
- sensação de calor;
- transpiração: suor frio e pegajoso;
- dor de cabeça;
- palpitações.
Percebendo esses sinais, a pessoa não deve tentar lutar contra, mas sim adotar a conduta que pode evitar que a síncope de fato ocorra: movimentar as panturrilhas, deitar e deixar os membros inferiores mais altos do que o restante do corpo, para auxiliar o retorno do sangue ao coração.
A conduta deve ser adotada rapidamente, evitando possíveis quedas e lesões decorrentes da perda de consciência.
O que fazer no caso de um episódio de síndrome vasovagal?
Caso a síncope ocorra, a perda de consciência causada pela síndrome vasovagal não deve durar por longos períodos - apenas o tempo suficiente para que a circulação sanguínea e os batimentos cardíacos se estabilizem. É preciso auxiliar a pessoa que sofre com o episódio, pois ela pode acordar desorientada.
Então, caso você presencie um episódio de desmaio, a melhor conduta é erguer os membros inferiores da pessoa acometida para que a circulação sanguínea dela retorne o quanto antes e, com ela, a pressão arterial também volte aos níveis ideais.
É importante notar que, em casos de desmaio por síndrome vasovagal, é inútil tentar acordar a pessoa com algum produto de cheiro forte, como álcool etílico ou formol - isso porque o problema a ser tratado é a circulação sanguínea e a pressão arterial, para que os sentidos da pessoa retornem, e não simplesmente despertá-la.
Em geral, as pessoas com síndrome vasovagal conseguem viver bem, mas é importante tomar os devidos cuidados para evitar os riscos de fraturas decorrentes de quedas em caso de desmaios.
Também é importante que os portadores da síndrome recebam o apoio de familiares, amigos e até mesmo de psicoterapia, para evitar o crescimento da sensação de insegurança, que pode acarretar depressão e tristeza, afetando a qualidade de vida.