*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
A obesidade é caracterizada como o excesso de gordura acumulada no corpo, que se distribui de forma diferente em cada indivíduo. Em homens, é mais característico que o acúmulo comece a se apresentar na barriga, e nas mulheres, na parte inferior do corpo, como nádegas e coxas.
De forma muito simplificada, a obesidade ocorre quando não há equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade de calorias gastas ao longo de nossas atividades no dia. Quando há um excesso de calorias consumidas, e um baixo gasto calórico, nosso corpo armazena esse excesso em forma de gordura, o que causa o sobrepeso, e consequentemente a obesidade ao longo do tempo.
A obesidade traz diversos outros problemas de saúdeFonte: Shutterstock
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento dessa condição são muito variados, podendo ser eles de caráter psicológico, pré-disposição genética, distúrbios alimentares, desregulação hormonal, uso de medicamentos que causam o aumento de peso, entre outros motivos.
Como é feito o diagnóstico de obesidade?
A ferramenta mais utilizada no auxílio do diagnóstico de obesidade é o cálculo do índice de massa corporal (IMC), que realiza uma medida indireta do acúmulo de gordura por metro quadrado no corpo humano. Seu cálculo é feito dividindo o peso da pessoa por sua altura (em metros) ao quadrado (peso / altura x altura).
De acordo com a tabela do IMC para índices acima de 25 kg/m2 a pessoa já é considerada com sobrepeso, e apresenta risco de desenvolver problemas de saúde. Índices acima de 30 kg/m2 caracterizam obesidade, e acima de 40 kg/m2 obesidade severa.
Tabela do Índice de Massa CoporalFonte: Shutterstock
Mas o IMC não é uma boa ferramenta para todos os casos. Pessoas que praticam esportes e têm bastante massa muscular podem apresentar índices acima de 30 kg/m2, mas isso não quer dizer que estejam obesas. Por isso é importante contar com ferramentas coadjuvantes, como a medida da circunferência abdominal, que deve estar abaixo de 1 metro para homens, e 86 centímetros para mulheres, e medidas mais diretas, como a bioimpedância.
Faz parte do diagnóstico da obesidade compreender qual é o fator desencadeante do ganho excessivo de peso, para que seja realizado um plano individualizado de tratamento para cada pessoa.
Quais são as consequências da obesidade e o tratamento?
Contrariando o senso comum, pessoas com obesidade podem apresentar desnutrição. Isso ocorre devido ao tipo de alimento consumido. O ganho de peso está associado ao consumo de alimentos ricos em calorias, mas pobres em nutrientes.
Além disso, a obesidade também está associada ao desenvolvimento de problemas cardíacos, renais, circulatórios, pressão alta, diabetes tipo 2 e ao aumento do risco determinados tipos de câncer, como o intestinal e de útero, em mulheres, e problemas ósseos e musculares, como artrites e reumatismos.
Por isso é de suma importância que pessoas com sobrepeso e obesidade façam acompanhamento médico regular para prevenir e tratar eventuais problemas de saúde, com um plano de tratamento individualizado.
O diabetes do tipo 2 está associado à obesidadeFonte: Shutterstock
Sendo assim, os tratamentos variam de acordo com as necessidades dos pacientes. Mas no geral, aconselha-se a perca de peso através de acompanhamento nutricional e a prática de exercícios físicos. Estima-se que com a perda de 5% a 10% do peso inicial, há um considerável aumento na qualidade de vida dos pacientes, assim como diminuição das chances do desenvolvimento de comorbidades e morte prematura.
Outros tratamentos utilizados são o uso de medicações que aceleram o metabolismo, ou alteram as taxas de absorção de gorduras no organismo, e a cirurgia bariátrica.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a cirurgia, mas para ser elegível a pessoa deve ter realizado tratamento clínico por no mínimo dois anos, sem ter obtido sucesso no emagrecimento, ter IMC igual ou acima de 35 kg/m2, desde que comprovadas comorbidades graves, ter IMC igual ou acima de 40 kg/m2, mesmo sem comorbidades, e estar com o grau de obesidadeestável há pelo menos cinco anos, além de não ter contraindicações ao procedimento.
Quais as formas de prevenção do sobrepeso e obesidade?
A melhor forma de prevenção é o equilíbrio entre alimentação e exercícios físicos. Em casos em que o ganho de peso está associado a questões hormonais, é necessário o acompanhamento médico para controle hormonal, e em casos de distúrbios alimentares ocasionados por problemas emocionais ou psicológicos, o tratamento deve contar com acompanhamento psicológico para melhores resultados no processo de perda e manutenção do peso.
Devemos sempre nos lembrar que a pessoa não deve ser culpabilizada por sua condição de saúde, pelo contrário, deve ser acolhida e respeitada em seu processo.