Já pensou em poder fazer um diagnóstico sem precisar sair de casa? Pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Diego, Estados Unidos, desenvolveram um aplicativo de celular que utiliza a câmera de selfie para fazer a detecção de problemas neurológicos como o Alzheimer.
Esse app ainda em desenvolvimento, utiliza a tecnologia presente em alguns celulares mais novos, que possuem câmeras capazes de realizar reconhecimento facial. Através do dispositivo que detecta o infravermelho, junto com a câmera de selfie, o aplicativo é capaz de fotografar e fazer medidas das pupilas dos usuários.
Aplicativo experimental usa câmera frontal para detectar problemas neurológicosFonte: Shutterstock
A medida pupilar já é um fator de diagnóstico importante para distúrbios neurológicos, assim como faz parte de escalas como a Glasgow, que observa a reatividade da pupila para verificar danos neurológicos, e o nível de consciência de pacientes em coma ou que tenham sofrido traumas cranianos.
Atualmente, os exames específicos para diagnóstico precoce de problemas neurológicos são complexos e de difícil acesso para boa parte da população, mas o desenvolvimento desse app oportuniza diagnósticos precoces de condições neurológicas como Alzheimer e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), com maior praticidade.
Além do acesso, os pesquisadores também se preocupam com a intuitividade para o uso, assim como a acessibilidade para os mais diversos usuários. Os primeiros testes contaram com a participação de idosos, que contribuíram dando feedbacks sobre o quão simples e intuitivo foi o uso, e para os próximos passos, os pesquisadores querem incluir pessoas com déficit cognitivo leve para atestar a usabilidade.
Os experimentos mostraram que o app foi bem sucedido na verificação das alterações pupilares, atingido parâmetros próximos aos exames de diagnóstico de alto padrão utilizados atualmente. Com esses resultados promissores, os pesquisadores esperam que essa nova tecnologia torne mais simples a detecção dos transtornos neurológicos, oportunizando o tratamento precoce, mais qualidade de vida, e também a democratização do acesso a esse tipo de exame.
ARTIGO Conference on Human Factors in Computing Systems: doi.org/10.1145/3491102.3502493
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