Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: Um crustáceo astronômico
Nebulosa do Caranguejo pelo telescópio espacial Hubble, que tá completando 32 anos hoje! ??
— Giovanna Liberato (@liberato_gio) April 24, 2022
A nebulosa é o resultado de uma supernova (explosão de uma estrela) que foi observada em 1054! #AstroMiniBR #Hubble32 pic.twitter.com/kwnrGXwQ7n
Há quase mil anos, no ano de 1054, o céu da China ganhou uma luz diferente de todas as comumente vistas no céu noturno da época. Os astrônomos chineses chamaram-na de “estrela convidada” que foi, por quase um mês, visível inclusive durante o dia.
Essa luz era, na verdade, a explosão de supernova que deu origem à Nebulosa do Caranguejo, um remanescente com seis anos-luz de diâmetro deste evento cósmico cataclísmico. A Nebulosa do Caranguejo está localizada a 6.500 anos-luz da Terra e pode ser vista facilmente com um pequeno telescópio.
O resquício dessa potente luz foi redescoberta em 1731 e foi mais tarde observada por Charles Messier, que foi inspirado a criar um catálogo de objetos celestes. O colorido da imagem apresentada acima nos fornece informações sobre a composição química da nebulosa: os filamentos alaranjados representam as estruturas do plasma e gás estelar, compostos essencialmente de hidrogênio; os tons azuis nos filamentos externos representam o oxigênio; e o verde representa o enxofre ionizado.
Todos esses elementos foram ejetados de forma violentíssima durante a explosão da supernova que deixou como estrela moribunda, uma pequena estrela de nêutrons no seu centro que gira rapidamente cerca de 30 vezes a cada segundo!
#2: A miopia do Telescópio Espacial Hubble
Quando o Hubble foi lançado, havia um defeito nas imagens. Foi necessária uma missão espacial para corrigir o problema. #Hubble32 #AstroMiniBR pic.twitter.com/Ucfn10r9BA
— Thiago S Gonçalves (@thiagosgbr) April 24, 2022
Quando o Telescópio Espacial Hubble (HST, da sigla em inglês) foi lançado no ano de 1990, inaugurou-se uma das eras áureas na Astronomia. O telescópio abriu as janelas do Universo para a humanidade e possibilitou um entendimento do Cosmos sem precedentes. Porém, nem todas as etapas dessa jornada foram flores nesses 32 anos de atividade do HST.
Logo após seu lançamento para entrar em órbita da Terra, os cientistas descobriram que o seu espelho principal foi aterrado incorretamente, o que provocava uma aberração esférica que comprometia muito as capacidades do telescópio.
Uma missão de manutenção em 1993 resolveu o problema, corrigindo a óptica e ajustando a qualidade pretendida. Desde então, um total de cinco missões espaciais fizeram reparos, atualizações e substituições de sistemas e peças do telescópio, incluindo a maior parte dos seus instrumentos principais. A última delas ocorreu no ano de 2009 e estendeu de forma significativa a vida do telescópio, previsto para durar mais uma ou duas décadas.
#3: Um ponto vazio no meio da galáxia?
Vagalumes cósmicos!
— Nícolas Oliveira (@nicooliveira_) April 28, 2022
Este time-lapse mostra estrelas orbitando uma região no espaço aparentemente vazia ao longo de 20 anos...
Na verdade, elas estão orbitando o buraco negro supermassivo que fica no coração da Via Láctea!#AstroMiniBR
(c) ESOpic.twitter.com/hdrJ1fCSpZ
Que os buracos negros são um dos objetos celestes mais impressionantes e poderosos do Universo nós sabemos. Porém, poucas vezes temos a oportunidade de ver um em ação, justamente pelo fato de que só conseguimos observar seus efeitos indiretos.
O vídeo acima apresenta o poder impressionante da gravidade do buraco negro supermassivo central que está hospedado no centro da nossa galáxia! O Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) localizado no deserto chileno tem observado o buraco negro supermassivo no centro de nossa galáxia e as estrelas que a orbitam.
Usando observações dos últimos 20 anos, o ESO compilou as observações das estrelas do grupo S2 orbitando o monstruoso buraco que tem a massa equivalente a quatro milhões de sóis juntos! Nos pontos mais próximos, algumas estrelas chegavam a menos de 20 bilhões de quilômetros do buraco negro e moviam-se a uma velocidade superior a 25 milhões de quilômetros por hora, o que representa cerca de 3% da velocidade da luz!
#4: Quão intenso é o brilho de uma supernova?
Enquanto isso, na galáxia NGC 4647, na direção da constelação de Virgem, uma estrela explode violentamente brilhando tanto quanto toda a galáxia. A supernova SN2022hrs é o ponto marcado no centro, que imageamos com telescópio robótico de 0.4m do @LCO_Global #AstroMiniBR pic.twitter.com/aYw6nTQK67
— Projeto Céu Profundo (@CeuProfundo) April 26, 2022
NGC 4647 é o nome dado a uma galáxia espiral intermediária que está localizada na direção da constelação de Virgem, a cerca de 63 milhões de anos-luz de distância da Terra. Descoberta em 1784, a NGC 4647 faz parte de um par de galáxias interagentes conhecido como Arp 116. NGC 4647 apresenta características típicas de uma galáxia espiral e seria, em princípio, nada surpreendente, passando despercebida até pelos entusiastas de astronomia, não fosse pelo fato de ter apresentado recentemente um espetáculo relativamente raro: o brilho de uma supernova do tipo Ia — um dos eventos mais energéticos e violentos do Universo – que é equiparável ao brilho total da própria galáxia hospedeira!
#5: Como as galáxias se formam?
Simulação da formação de uma galáxia espiral pela TNG50 - (c) Illustris Team
— Ana Carolina Posses (@astroposses) April 23, 2022
Galáxias crescem pelo modelo hierárquico: primeiros se formaram galáxias menores, e as poucos elas se fundem¹. Ao mesmo tempo, elas acumulam gás originário das teis cósmicas.#AstroMiniBR pic.twitter.com/g71n0590zg
Não é possível acompanhar a formação e a evolução de uma única galáxia (ou de um planeta ou estrela) devido à enorme diferença entre nosso tempo de vida e o tempo de “vida” dos objetos galácticos. Porém, observar uma quantidade suficientemente grande de objetos celestes em diferentes estágios evolutivos e somar às leis da física conhecidas, permitem a construção de modelos teóricos que abrangem boa parte do quebra-cabeça da história cósmica. Para isso, simulações, como essa apresentada no vídeo acima da IllustrisTNG “evoluindo” uma galáxia, são fundamentais para ajudar os astrônomos a obter e testar hipóteses científicas!
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