A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, no sábado (23), que pelo menos uma criança morreu devido a um surto de hepatite de causa desconhecida que vem ocorrendo desde o dia 15 entre crianças e bebês de alguns países da Europa e dos EUA. Até quinta-feira (21), a principal agência de saúde do mundo havia registrado 169 casos graves da doença. As crianças afetadas têm entre 1 mês e 16 anos de idade.
A OMS não forneceu detalhes sobre a criança que faleceu, nem o país que registrou o óbito, mas confirmou que 17 dos jovens pacientes tiveram que fazer um transplante de fígado às pressas. Ainda não se sabe se houve mesmo aumento súbito de casos de hepatite ou se testes mais apurados para detecção de adenovírus passaram a identificar um resultado raro que antes não era detectado.
Fonte: OMS/Divulgação.Fonte: OMS
Que vírus está causando esses casos raros de hepatite?
Embora a causa real do problema não tenha sido claramente identificada, já foram revelados adenovírus em pelo menos 74 casos. Em outros 20 casos, constatou-se a presença do Sars-CoV-2, o vírus da covid-19. Finalmente, em 19 casos, foram confirmadas infecções pelos dois vírus simultaneamente.
Por isso, diversos fatores têm sido investigados, como aumento de suscetibilidade dos pequenos após um nível mais baixo de circulação de adenovírus durante a pandemia, o surgimento de uma possível mutação do adenovírus, e efeitos da coinfecção pela covid. Até mesmo um possível efeito colateral da vacina foi pesquisado, sendo logo descartado, pois a maioria das crianças infectadas não recebeu o imunizante contra a covid-19.
No entanto, mesmo que o adenovírus seja mesmo o grande responsável pelo problema, a sua presença por si não explica a gravidade dos quadros clínicos das crianças, diz a OMS. Isso porque o tipo de adenovírus detectado nas crianças até agora – o 41 – tem uma "predileção" por diarreia, vômitos, febres e sintomas respiratórios, e não costuma causar problemas hepáticos, principalmente em crianças saudáveis.