O asteroide Ryugu, que ganhou notoriedade em 2019, quando foi visitado pela missão espacial japonesa Hayabusa2, voltou a ser objeto de discussão entre os cientistas planetários no começo deste ano. Antes mesmo que as análises de amostras do objeto espacial estejam concluídas, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, está propondo que o asteroide em forma de pião é o resto de um antigo cometa.
A tese, que segundo o pesquisador líder, Hitoshi Miura, se encaixa em todas as características observadas em Ryugu, contrataria totalmente o consenso científico atual. O pensamento em vigor, que ainda se baseia em informações obtidas remotamente, diz que o chamado "asteroide-diamante" teve origem nos detritos remanescentes da colisão de dois asteroides maiores.
Fonte: Miura et al./The Astrophysical Journal Letters/Divulgação.Fonte: Miura et al./The Astrophysical Journal Letters
Afinal, qual a origem de Ryugu?
Uma dessas características baseadas em informações remotas diz que Ryugu possui um teor notavelmente alto de matéria orgânica. Isso põe por terra o cenário de reacumulação, uma vez que esse conteúdo presente nas amostras de Ryugu é muito maior do que os condritos carbonáceos, meteoritos que se formaram nos dias iniciais do sistema solar.
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Em uma tentativa de definir a real origem do asteroide, o estudo publicado na revista The Astrophysical Journal Letters propõe que esse tipo de objeto espacial formado de pilhas de escombros pode, na verdade, ser os resíduos de um cometa já extinto. Segundo os cientistas, esses pequenos corpos formados nas regiões exteriores e mais frias do sistema solar deixam para trás detritos rochosos que se compactam e formam asteroides.
ARTIGO The Astrophysical Journal Letters - DOI: 10.3847/2041-8213/ac4bd5.
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