O Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (19) um boletim epidemiológico, no qual um novo microrganismo passa a dividir com o coronavírus o centro das preocupações da saúde dos brasileiros: o vírus da dengue. Com 400 mil casos registrados desde o início do ano, a ocorrência da doença quase dobrou no País, quando comparada ao mesmo período em 2021.
De acordo com a segunda vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Rosylane Rocha, o avanço da enfermidade pode ser explicado por dois fatores. O primeiro é a própria característica da dengue que, por ser uma doença sazonal, beneficiou-se da ocorrência de fortes chuvas, para um aumento na formação de focos do mosquito transmissor.
O segundo motivo pode estar relacionado ao medo da covid-19: segundo Rosylane, como os sintomas das duas doenças são parecidos no seu início, os casos de dengue, muitas vezes negligenciados, acabaram aparecendo nos registros oficiais.
A dengue
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Transmitido aos seres humanos pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, o vírus da dengue não é passado de pessoa para pessoa.
Trata-se, no entanto, de uma enfermidade perigosa que, em sua forma mais leve, apresenta sintomas parecidos com os da gripe, mas pode ser hemorrágica e levar à morte nos casos mais graves.
Depois de picado pelo mosquito, o paciente demora entre 3 a 15 dias para manifestar os sintomas da doença, que incluem febre alta, dor de cabeça forte, dor atrás dos olhos, manchas e erupções na pele, cansaço, moleza e dor no corpo, náuseas, vômitos e perda do apetite.
Tratamento e prevenção da dengue
Com o surgimento dos sintomas, é importante buscar orientação de um clínico-geral ou infectologista para orientar sobre o melhor tratamento, que consiste, na maioria dos casos, em repouso, muita ingestão de líquidos e medicamentos para aliviar os sintomas. Conforme a gravidade do quadro, a internação hospitalar pode se tornar necessária.
A prevenção da dengue depende exclusivamente da conscientização da população. Como a fêmea do mosquito só bota seus ovos em água limpa e parada, basta eliminar possíveis focos. Isso inclui não jogar lixo na rua, tampar as caixas d'água, colocar areia em volta dos vasos de planta, entre outros gestos aparentemente simples, mas de grande importância profilática.
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