Um tratamento para a alopecia teve sucesso em estudos de fase 3. O novo estudo mostra que o uso de baricitinibe, um medicamento para artrite, foi capaz de promover o crescimento de cabelo em um a cada três pacientes.
Essa doença de pele recebeu muita atenção da mídia nos últimos dias, depois que o ator Will Smith deu um tapa ao vivo no comediante Chris Rock na cerimônia de entrega do Oscar de 2020. O comediante fez uma piada sobre a esposa do ator, Jada Pinkett Smith, que tem a condição.
A alopecia areata é uma condição autoimune que provoca inflamação e até mesmo destruição dos folículos capilares. Ela pode causar cicatrizes e perda permanente dos fios, e atinge principalmente pessoas a partir dos 40 anos.
Antes e depois dos pacientes que receberam 36 meses de tratamento com baricitinibe (Fonte: Universidade de Yale/reprodução)Fonte: Yale
Estudos clínicos de fase 3 são o último passo para a aprovação de um tratamento nos Estados Unidos. Nessa avaliação, os pesquisadores avaliaram um total de 1.200 adultos, todos com condições graves e calvície evidente.
Durante seis meses os participantes receberam uma dose diária de 4 ou 2 miligramas de baricitinibe. Um grupo também recebeu placebo, para conferir os efeitos reais do tratamento. Os resultados foram impressionantes.
Um terço dos pacientes que tomaram a maior quantidade da droga tiveram recuperação dos fios. Os pesquisadores acreditam que essa é uma evidência de que o fármaco atua interrompendo a comunicação das células imunes com os folículos capilares, revertendo o quadro da doença.
Esperança para pacientes
Com a aprovação do tratamento, nos Estados Unidos, espera-se que até duzentas mil pessoas sejam beneficiadas. Até hoje não existe nenhuma terapia disponível para esse problema de saúde.
“Isso é muito empolgante, porque os dados mostram claramente a eficácia do baricitinibe”, diz em nota o professor Brett King, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, e principal autor do novo estudo.
“Esses grandes testes controlados nos dizem que podemos aliviar parte do sofrimento dessa terrível doença", ele completa. O trabalho foi publicado na revista científica The New England Journal of Medicine.
ARTIGO The New England Journal of Medicine: doi.org/10.1056/NEJMoa2110343