Um estudo publicado no início de abril na revista científica Current Biology indica que a vanilina, composto responsável pelo aroma característico da baunilha, é o cheiro favorito da maioria das pessoas.
O segundo melhor seria do butanoato de etila, cheiro frutado que lembra o abacaxi, e o terceiro, do linalol, componente comum em aromas florais, como o da lavanda, e encontrado também em frutas cítricas.
Flor de baunilha
Já o pior cheiro entre os compostos avaliados seria o do ácido isovalérico, com odor rançoso encontrado em alimentos como queijo, leite de soja e suco de maçã, e também no suor dos pés.
O que explica nosso gosto por cheiros?
Segundo a análise, a estrutura da molécula de odor é a principal responsável por um cheiro ser ou não considerado agradável (41%). A cultura tem um papel pequeno (6%), sendo que ao redor do mundo há uma tendência a preferir os mesmos aromas.
O gosto pessoal explica 54% das escolhas. Artin Arshamian, pesquisador do Karolinska Institutet, na Suécia, explica que tal preferência pode decorrer da aprendizagem, mas também resultar de nossa formação genética, com o gosto por alguns odores aumentando a chance de sobrevivência durante a evolução humana.
Não é uma questão cultural
O estudo teve como objetivo avaliar se a percepção de odores é algo culturalmente aprendido, hipótese refutada ao passo que culturas ao redor do mundo classificam diferentes odores de forma similar.
Pesquisadores de vários países colaboraram com o estudo, permitindo a avaliação em populações e ambientes diversos, incluindo habitantes de cidades, grupos caçadores-coletores e comunidades rurais tradicionais.
“Agora sabemos que existe uma percepção universal do odor direcionada pela estrutura molecular, que explica por que gostamos ou não de determinado cheiro. O passo seguinte é estudar por que isto ocorre, ligando este conhecimento ao que acontece no cérebro quando sentimos um odor em particular", conclui Arshamian.
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