No início da semana, a NASA anunciou o lançamento de dois foguetes com um destino inédito. Segundo a agência aeroespacial dos Estados Unidos, o objetivo será voar através de uma aurora boreal ativa para estudar de perto como funciona o processo de troca de energia nesse belo fenômeno na natureza que, além de quente, resulta do choque de partículas subatômicas alteradas pelo vento solar.
A missão foi batizada de INCAA, iniciais para Ion-Neutral Coupling during Active Aurora (algo como "acoplamento de íons neutros durante a aurora boreal"). Os cientistas aguardam o momento oportuno dentro da janela de lançamento, que se iniciou em 23 de março no Poker Flat Research Range, uma base de lançamento de foguetes de sondagem no estado do Alasca, nos EUA.
Foguete de sondagem. (Fonte: NASA/Reprodução.)Fonte: NASA
Como as auroras boreais se formam?
Após muitos anos de pesquisas científicas, sabemos hoje que o ar que respiramos na camada mais baixa da atmosfera terrestre (troposfera) não é o mesmo das camadas superiores. O oxigênio e o nitrogênio que vai para os nossos pulmões é feito de átomos e moléculas magneticamente equilibrados, com sua carga eletrônica “zerada”.
Mas a coisa muda a centenas de quilômetros acima: com a força dos raios do Sol não filtrados, esses elétrons são às vezes arrancados de seus átomos, que passam a assumir uma carga positiva. Ou seja, aquilo que era um gás neutro assume um estado eletricamente reativo da matéria – o plasma – que passa a se misturar continuamente com o estado gasoso existente.
E é quando os elétrons do espaço vizinho à Terra atravessam a atmosfera e colidem com os gases neutros, incendiando-os, que as auroras se formam.
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