Em 2021, a Netflix adicionou o filme Radioactive em seu catálogo. Dirigido por Marjane Satrapi, conhecida amplamente por Persépolis, a obra retrata algumas das descobertas de Marie Curie, uma cientista polonesa que ficou conhecida principalmente por investigar o campo de assuntos radioativos.
Ao lado de seu marido, Pierre, sua mente brilhante e a grande paixão pela ciência fez com que ela desvendassem alguns mistérios, incluindo a importância da radioatividade na medicina e também seu perigo diante da população.
Mas Curie não foi pioneira apenas em sua área de atuação profissional. Há outros marcos importantes ao longo de sua carreira, sobretudo pela época em que esteve inserida, que são verdadeiramente extraordinários.
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Além de ter sido a primeira mulher a vencer o prestigiado Prêmio Nobel, também foi a primeira a vencê-lo mais de uma vez — em 1903 ao lado de Pierre e em 1911. A cientista ainda foi a primeira mulher a se tornar professora da Universidade de Paris.
Quer saber mais sobre a vida da estudiosa, bem como suas contribuições importantes para a ciência? Confira mais detalhes logo abaixo!
Marie Curie: dos primeiros anos às primeiras descobertas
Curie nasceu em 1867, sendo filha de dois professores bastante importantes na região da Varsóvia. Por conta das crises políticas ocorridas durante sua infância, Wladyslaw Sklodowski, seu pai, professor de matemática e física, foi impedido de seguir ensinando em laboratórios e acabou levando alguns dos principais aparatos técnicos para sua residência, local onde seus filhos, sobretudo Marie, passaram a se interessar pelos assuntos que lecionava.
No entanto, por opiniões contrárias ao regime da época, Wladyslaw deixou seu cargo como professor e foi obrigado a trabalhar em uma nova posição com um salário menor. A crise política do país atingiu a família com uma devastadora crise financeira. Nessa época, Bronislawa, a matriarca, já havia falecido de tuberculose.
Embora tivessem grande aptidão para os estudos científicos, muito motivados pelo pai, Marie e suas irmãs não poderiam ingressar na área acadêmica tradicional. No entanto, elas se matricularam na clandestina Universidade Volante de Varsóvia, que até certo ponto admitia mulheres enquanto estudantes. E em 1891, aos 24 anos, Marie conseguiu se mudar para Paris, quando convidada por sua irmã mais velha, que já estava casada.
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A partir desse ponto, ela conseguiu seus diplomas superiores mesmo diante de inúmeras dificuldades financeiras e passou a lecionar física para se sustentar. Anos depois, ingressou em laboratório profissional enquanto ainda seguia com sua formação na Universidade de Paris.
Foi apenas a partir desse ponto que começou verdadeiramente sua carreira científica, embora sempre tivesse um desejo latente em torno de pesquisas na área. Ao conhecer seu futuro marido, Pierre, os dois passaram a desenvolver estudos lado a lado, pois a paixão pela ciência foi o fator que mais os aproximou. Depois de propor casamento a Marie, Pierre decidiu se mudar para a Polônia com a amada, mas ela não conseguia emprego em sua área de formação apenas por ser mulher.
Dessa forma, ela decidiu seguir com a carreira acadêmica na França, conseguindo ingressar no programa de doutorado em estudos da física em 1895. E pensando sobre as contribuições de Wilhelm Roentgen e Henri Becquerel nessa mesma época para formular uma nova tese, Curie desenvolveu algumas hipóteses acerca dos raios de urânio. Utilizando técnicas inovadoras para suas análises, conseguiu fazer inúmeras descobertas, inclusive, sobre a questão de divisão dos átomos.
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Mas seus estudos não eram patrocinados e o laboratório utilizado era apenas um galpão sem qualquer tipo de segurança. Mesmo assim, o trabalho de Marie Curie ia impressionando cada vez mais Pierre, que decidiu se tornar um assistente dela conforme o tempo foi passando. E ao pensarem em fazer a divulgação científica, cunharam o termo “radioatividade” em um artigo publicado em dezembro de 1898.
Juntos, eles conseguiram postular suas teses e provar suas hipóteses em cerca de 32 artigos. Vale destacar, entretanto, que alguns deles foram publicados separadamente. Portanto, é correto afirmar que Marie Curie é a mãe da radioatividade, pois além de cunhar esse termo, também foi uma das primeiras cientistas a pensar sobre o assunto.
Mulheres na Ciência: quem está escrevendo a história atualmente?
Antes de qualquer coisa, é preciso elucidar que o fazer científico está ligado a diversas áreas, seja no campo dos elementos naturais, como Marie Curie, e também nas humanidades. Deixando um imenso legado para o mundo, a estudiosa polonesa é muito importante por sua determinação em seguir adiante, mesmo com impedimentos inaceitáveis.
Certamente, ela se tornou inspiração para muitas mulheres que pensam em dedicar suas vidas à ciência. Inclusive, atualmente, no Brasil, podemos citar alguns exemplos de sucesso, que investigam, cada uma em sua área de formação, temáticas que podem fornecer contribuições grandiosas.
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Thaisa Bergmann, por exemplo, é doutora em Astrofísica, e estuda o papel dos buracos negros na evolução do universo, também pensando sobre a representação desses fenômenos na cultura popular.
Um outro exemplo interessante é o de Sônia Guimarães, a primeira mulher negra a lecionar no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), uma das instituições mais prestigiadas do Brasil. Em seu fazer científico, ela se especializou na tecnologia dos componentes, obtendo o título de doutora em materiais eletrônicos.
Por fim, é válido também citar Beatriz Raposo, que estuda aspectos curiosos e específicos da linguística. Além de trabalhar com fonologia, a estudiosa ainda investiga alguns aspectos entre fala e canto e como a linguística se articula em outras áreas do conhecimento.
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Fontes