Embora seja consenso na literatura médica que o consumo pesado de álcool causa atrofia do cérebro, perda de neurônios e de feixes da substância branca, ainda são controversas as consequências do consumo moderado do entorpecente lícito.
No início deste mês, um novo estudo publicado na revista Nature Communications apresenta uma visão unificada de que o consumo de álcool, ainda que em níveis considerados modestos pelos padrões sociais – como uma meia dúzia de cervejas ou taças de vinho por semana – está associado de forma negativa a danos na macro e na microestrutura cerebrais.
Álcool e envelhecimento cerebral
Fonte: Anna Shvets/Pexels/Reprodução.Fonte: Anna Shvets/Pexels
Para comprovar sua hipótese, cientistas liderados por uma equipe da Universidade da Pensilvânia fizeram análises em ressonâncias magnéticas de 36.678 pacientes armazenadas na base de dados Bio Bank do Reino Unido. Os parâmetros usados foram unidades de álcool (cerca de meia cerveja) ou duas (um "pint" de cerveja, ou cerca de 600 ml). No Brasil, uma lata de cerveja tem, geralmente, 350 ml de bebida.
Para ilustrar o impacto do álcool no cérebro, os cientistas compararam as reduções do órgão com as que ocorrem com o envelhecimento. Assim, passar de uma unidade diária para duas, causa uma mudança equivalente a envelhecer dois anos, de duas para três, envelhecimento de três anos e meio, mas a diferença entre zero e quatro bebidas foi superior a 10 anos de envelhecimento cerebral.
ARTIGO Nature Communications - DOI: 10.1038/s41467-022-28735-5.