Embora muitos mergulhadores relatem histórias de tubarões cochilando no fundo do mar, não havia até agora nenhuma evidência científica de que isso realmente acontecia. Biólogos, como Michael Kelly, da Universidade La Trobe em Bundoora, na Austrália, têm estudado esses relatos nos últimos anos, tentando conectá-los a estudos científicos formais, para saber se os tubarões de fato dormem e, se o fazem, qual é a utilidade disso.
Sua pesquisa mais recente, publicada na quarta-feira (9), na revista científica Biology Letters, concentrou-se no tubarão de prancheta (Cephaloscyllium isabellum), um peixe nativo da costa da Nova Zelândia que mede cerca de 1 metro de comprimento e apresenta marcas de xadrez em sua pele. Como é um animal noturno, os pesquisadores achavam que ele dormia de dia.
Comprovando o sono dos tubarões
Fonte: Kelly et al./Biology Letters/Divulgação.Fonte: Kelly et al./Biology Letters
Para comprovar a sua hipótese – de que os tubarões dormem e esse sono é importante na conservação de energia – a equipe de pesquisadores abrigou sete desses animais em aquários individuais selados e equipados com sensores de oxigênio. Durante 24 horas, eles registraram a atividade física de cada tubarão e mediram o nível de oxigênio da água, de forma a avaliar a rapidez de seu consumo pelo vertebrado cartilaginoso.
O consumo mais baixo de oxigênio nos tanques dos tubarões com menor nível de atividade provou que, sim, eles dormem, e o fazem para conservar energia enquanto descansam, segundo as conclusões do estudo.
ARTIGO Biology Letters - DOI: 10.1098/rsbl.2021.0259.
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