O enjoo do movimento – ou cinetose – é um efeito colateral característico da exposição à realidade virtual (VR), muito relatado por jogadores de videogames, mas também em usuários de aplicativos relacionados à educação e corporativos, além do número crescente de habitantes dos metaversos. Em janeiro deste ano, um estudo publicado na revista Experimental Brain Research propôs uma solução para o problema: mastigar chiclete com sabor.
Sentir enjoo em exposição a movimentos pouco comuns é uma resposta fisiológica normal que pode ser desencadeada em quase todas as pessoas, mesmo em curtas viagens de ônibus ou em tratamentos clínicos com VR, por exemplo. Com potencial para serem incluídos na Classificação Internacional de Distúrbios Vestibulares, os enjoos hoje se dividem em enjoo visualmente induzido (VMS), distúrbio do enjoo (MSD) e distúrbio VIMS (VIMSD).
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Como funciona o chiclete no tratamento da cinetose?
A hipótese do estudo é de que a estimulação mecânica do processo mastoide (uma divisão do osso temporal) e o desvio da atenção da pessoa para estímulos agradáveis, como aromas ou música, melhoram a cinetose.
Para provar sua tese, os cientistas estudaram a reação de 77 adultos que passaram por uma experiência de VR – um voo simulado de helicóptero de busca e resgate – durante 15 minutos. Divididos em três grupos, um deles mascou chiclete de hortelã-pimenta; outro, chiclete de gengibre e o terceiro não recebeu nenhum chiclete.
As respostas dadas ao chamado Simulator Sickness Questionnaire (SSQ), destinado a avaliar especificamente o "cibersickness" (ou enjoo de movimento cibernético, em tradução livre), mostraram que mascar chiclete pode ser útil como uma forma aceita, além de simples e de fácil acesso, para aliviar a cinetose em diversas situações, inclusive em simulações de VR.
ARTIGO Experimental Brain Research: DOI: 10.1007/s00221-021-06303-5