Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
#1: Afinal, ali tem buraco negro ou não tem?
[NÃO TEM BURACO NEGRO!]
Em 2020, cientistas acharam que encontraram o buraco negro mais próximo da Terra, mas o resultado foi contestado. Agora as equipes se uniram para mostrar que realmente não há buraco negro, apenas 2 estrelas. #AstroMiniBR @ESO pic.twitter.com/Ztz0DcWHht
O ano era 2020. Uma equipe de astrônomos havia anunciado a descoberta do buraco negro mais próximo da Terra, a uma distância de “apenas” 1.000 anos-luz (relativamente próximo em escalas astronômicas). A descoberta foi feita com observações do telescópio MPG/ESO de 2,2 metros do Observatório Europeu do Sul, localizado no Chile. O sistema, chamado de HR 6819, foi inicialmente apontado como sendo composto por um buraco negro ao qual duas estrelas companheiras - inclusive visíveis a olho nu - orbitavam ao redor. No entanto, estes resultados foram contestados por observações e análises posteriores realizadas por outro grupo internacional de astrônomos. Em um artigo publicado na última quarta (02) no jornal Astronomy & Astrophysics, as novas análises apontam que, na realidade, não existe nenhum buraco negro no sistema de HR 6819: trata-se de um sistema de duas estrelas num estágio raro e de curta duração na sua evolução. Os astrônomos acreditam que o HR 6819 seja, então, um sistema binário que está sendo observado pouco tempo depois de uma das estrelas ter “sugado” a atmosfera da sua estrela companheira. Esse é um fenômeno cósmico comum em sistemas duplos binários e é conhecido como “vampirismo estelar”.
#2: Paisagens “alienígenas” no nosso planeta
Uma paisagem alienígena?
Não, estamos olhando para uma das mais bem preservadas crateras de impacto em nosso planeta: Com 1.2km de diâmetro, a Cratera de Barringer, no Arizona (EUA), foi produzida pelo impacto de um bólido há 50 mil anos, na última Era Glacial.#AstroMiniBR [1/2] pic.twitter.com/8sLJLSsRQx
Paisagens exóticas no nosso planeta em geral possuem origens tão exóticas quanto. A Cratera de Barringer é um bom exemplo disso. Trata-se de uma região gerada pelo potente impacto de um meteorito no deserto do norte do Arizona, nos Estados Unidos. A cratera está a uma altitude aproximada de 1.700 metros acima do nível do mar, tem cerca de 1.200 metros de diâmetro e possui uma profundidade de quase 170 metros. É cercada por uma borda que se eleva acima das planícies circundantes e possui como uma de suas características mais um contorno quadrado, região em que os cientistas acreditam ter sido formada por rachaduras geradas nos estratos no local do impacto. A Cratera de Barringer foi formada cerca de 50.000 anos atrás, em uma época conhecida como Pleistoceno, quando a área ainda era uma vasta pastagem com florestas habitadas por mamutes e preguiças gigantes!
#3: O mistério de um sumiço estelar
Em 2015, uma estrela massiva e luminosa da galáxia espiral NGC 6946 simplesmente desapareceu! Acredita-se que o núcleo desta estrela colapsou e formou um buraco negro sem que ocorresse uma supernova!
As imagens do Hubble abaixo mostram o antes e depois:#AstroMiniBR
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As coisas simplesmente não deixam de existir do nada. Muito menos uma estrela altamente massiva e brilhante no universo. Porém, para os astrônomos que espreitavam uma estrela como essa na distante galáxia espiral NGC 6946 foi justamente isso que pareceu acontecer. A estrela, conhecida como N6946-BH1, era uma estrela da categoria de supergigante vermelha e possuía cerca de 25 vezes a massa do Sol. Situada a 20 milhões de anos-luz de distância da Terra, a N6946-BH1 desapareceu totalmente dos sensores ópticos no ano de 2015. Os astrônomos acreditam que o núcleo dessa estrela massiva colapsou diretamente em um buraco negro, sem ter passado pelo estágio final da explosão termonuclear de uma supernova. A observação desse evento coloca em teste os principais modelos de evolução estelar, especialmente os modelos que preveem o futuro das estrelas gigantes e massivas no Universo.
#4: O maior planeta do Sistema Solar também possui anéis!
Apesar de não serem tão famosos, Júpiter também apresenta anéis assim como Saturno
Aqui os anéis dão a impressão de sustentarem a lua de Júpiter Io
enquanto Io, que apresenta atividade vulcânica, está em erupção
Que combinação!#AstroMiniBR https://t.co/jg10A1hgS1 pic.twitter.com/2PgGOiAFo1
Sim! Saturno não é o único detentor de anéis entre os planetas gasosos do Sistema Solar! Ele é o que possui o conjunto mais majestoso, mas certamente não é o único. Graças aos esforços de exploração espacial das últimas décadas, hoje sabemos que os quatro gigantes gasosos – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – têm seus próprios sistemas de anéis. Os anéis de Júpiter só foram descobertos em 1979, quando a sonda espacial Voyager 1 realizou um sobrevoo do planeta. Eles foram posteriormente estudados minuciosamente na década de 1990 pela sonda Galileo. A imagem acima apresenta um dos registros feitos pela sonda New Horizons onde um dos anéis de Júpiter parece sustentar uma de suas luas, Io, justo no momento em que ocorria uma atividade vulcânica na sua superfície. Quer uma melhor combinação que esta?
#5: O impacto da invasão à Ucrânia no setor aeroespacial
#AstroNewsBR #AstroMiniBR
Em resposta às sanções colocadas à Rússia pela invasão à Ucrânia, a Agência Espacial Russa está cancelando todos os lançamentos da Soyuz que seriam feitos em parceria com a Agência Espacial Europeia.
Isso afetará principalmente o telescópio Euclid ?? pic.twitter.com/ZzhDeI4hvu
Como resposta às sanções impostas pela União Europeia à Rússia após a invasão da Ucrânia, no último sábado (26), a agência espacial russa Roscosmos suspendeu todos os lançamentos dos seus foguetes Soyuz na Europa. Essa decisão afeta diretamente a pesquisa espacial, principalmente o lançamento do telescópio Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA). O telescópio Euclid, previsto inicialmente para ser lançado ao espaço até 2023, possui como principal objetivo científico buscar compreender a aceleração da expansão do Universo, causada pelo que se acredita ser a energia escura. Para isso, o telescópio irá observar e mapear as galáxias no comprimento de onda do infravermelho próximo, ajudando também a caracterizar a distribuição da matéria no Universo.
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