Regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vendidos nas farmácias brasileiras desde 2019, os produtos à base de Cannabis, planta também chamada de maconha (que, no Brasil, é classificada como droga ilícita), têm sido utilizados no país com fins terapêuticos para tratamentos de várias doenças em humanos, como esclerose múltipla e epilepsia.
Logicamente, à medida que a indústria da cannabis para humanos prosperou, inclusive o seu uso adulto (sem prescrição médica), a sua aplicação medicinal em animais começou a tomar forma no tratamento de afecções graves como doença renal crônica, cardiopatias e câncer, principalmente em felinos. No Brasil, o uso veterinário de produtos à base de cannabis está autorizado desde o ano passado pelo Projeto de Lei (PL) 369/21.
Como se trata de um conhecimento ainda novo nessa área, o citado PL permite que o uso desses canabinoides em animais por seus proprietários ou tutores seja condicionado à prescrição de médico veterinário habilitado. Naturalmente, todos os produtos deverão ter a aprovação da Anvisa, ou, se importados, serem regulamentados pela agência reguladora do país de origem.
Benefícios e riscos para os bichos
Fonte: ShutterstockFonte: Shutterstock
Seres humanos e animais têm endocanabinoides em seus corpos, neurotransmissores cuja insuficiência por qualquer motivo pode causar baixa imunidade, inflamações, degenerações, desequilíbrios metabólicos, estresses oxidativos, que dão origem a várias doenças. É nesse ponto que as terapias com canabis atuam, restituindo a homeostase aos corpos humanos e também de outros animais, uma vez que os receptores específicos são os mesmos.
Dessa forma, existem muitas doenças que podem ser tratadas em pets, como as inflamatórias, principalmente a intestinal em gatos; neurológicas; crônicas (articular degenerativa, rinossinusites e rinites, doença renal crônica); cardiopatias; metabólicas; neoplasias (cânceres); distúrbios de comportamento e doenças virais. Sem contar que a cannabis tem sido usada em pacientes terminais como tratamento paliativo.
Finalmente, uma questão muito discutida é: o meu pet pode ficar chapado? Sim, por terem os mesmos receptores CB1 e CB2, mamíferos, aves, répteis e peixes podem, eventualmente, ficar intoxicados. Mas isso não ocorre por efeito dos produtos administrados pelos veterinários e corretamente ministrados, e sim pela inalação da fumaça de algum usuário ou pela ingestão oral de flores da maconha cujo plantio ainda é proibido no Brasil.
Categorias