Alzheimer: exame de sangue detecta doença com alta precisão em estudo

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Imagem: anncapictures/Pixabay.

O risco de desenvolver Alzheimer ou demência assusta. A doença, que limita a vida do portador, causando esquecimentos e dificuldades cognitivas, atinge com mais frequência pessoas em idade avançada. Agora, um estudo internacional em larga escala conseguiu desenvolver um exame de sangue que pode revolucionar a detecção precoce do mal: combinado com os riscos genéticos do paciente, o teste é capaz de prever o desenvolvimento da doença com 93% de precisão.

Desenvolvido pela Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, o estudo analisou 500 pacientes de três continentes e foi publicado na revista científica Neurology.

Mal de Alzheimer geralmente atinge pessoas mais velhasMal de Alzheimer geralmente atinge pessoas mais velhasFonte:  Shutterstock 

"Nosso estudo mostra que o exame de sangue fornece uma medida robusta para detectar placas amiloides associadas à doença de Alzheimer, mesmo entre pacientes que ainda não apresentam declínios cognitivos", disse o autor sênior da pesquisa, Randall J. Bateman, professor de neurologia da universidade.

Segundo Bateman, um exame de sangue para Alzheimer fornece um grande impulso na pesquisa e diagnóstico da doença, pois reduz drasticamente o tempo e o custo de identificação de pacientes para ensaios clínicos e estimula o desenvolvimento de novas opções de tratamento.

Em um comunicado da universidade, Bateman explicou que o exame pode, inclusive, auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos, já que é capaz de determinar quem pode se beneficiar dos tratamentos — inclusive pessoas em estágios iniciais da doença.

Disponibilidade do teste de Alzheimer

Para detectar a doença, antes eram necessários exames cerebrais caros (como tomografias cerebrais PET scan, que custam, no mínimo, US$ 5,000 — ou cerca de R$ 25 mil) e punções lombares invasivas e dolorosas.

O estudo estima que a pré-triagem com seu exame de sangue, que custa cerca de US$ 500 (aproximadamente R$ 2.500,00), poderia reduzir pela metade o custo e o tempo necessário para inscrever pacientes em ensaios clínicos que usam exames PET.

A universidade patenteou o teste, que atualmente é comercializado pela C2N Diagnostics, startup ligada à instituição. A certificação CLIA obtida pelo exame permite disponibilizá-lo para médicos nos Estados Unidos. Uma certificação semelhante disponibiliza o teste na Europa. Ainda não há previsão de aprovação de uso no Brasil e o exame ainda não é coberto pela maioria dos planos de saúde.

ARTIGO Neurology: doi.org/10.1212/WNL.0000000000013211

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