Sabemos que, ao longo de sua existência, o ser humano está em uma constante busca por formas de melhorar a sua qualidade de vida, especialmente quando se trata dos âmbitos físico e mental. Atualmente, uma alimentação mais saudável, a prática recorrente de exercícios físicos e uma boa noite de sono fazem parte dos requisitos para uma vida mais equilibrada.
Ao tratarmos da alimentação, podemos seguramente dizer que ela experimentou uma grande evolução. Hoje, temos mais opções em nossos cardápios, assim como também temos em mãos uma enorme variedade de polivitamínicos e suplementações, mecanismos externos que utilizamos para melhorar a nossa nutrição desenvolvidos em grande parte devido à tecnologia disponível atualmente.
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Porém, mesmo com essa diversidade de comidas, iguarias e suplementações, sabemos que a escassez de alimentos é uma realidade, ainda mais se levarmos em consideração o aumento populacional. Então, devemos nos perguntar: quando isso acontecer, nosso organismo conseguirá ficar sem alimento, como no período paleolítico, quando tínhamos menos opções disponíveis?
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Eu trago esses questionamentos no estudo científico intitulado "Nutrição em vão", aprovado pelo Comitê do Núcleo de Pesquisa Institucional do Centro Universitário de Itajubá - FEPI e publicado na Revista Científica Universitas, publicação digital da instituição. Neste trabalho, explico como o organismo humano está acostumado a armazenar nutrientes para uso posterior, e mesmo que a tecnologia tenha avançado com a suplementação, o seu uso excessivo pode vir a prejudicar nossa alimentação em algum momento do futuro.
Conecto o assunto ao conceito da epigenética, e questiono se o uso desenfreado desses mecanismo externos podem causar uma alteração da condição de armazenamento presente no DNA humano. Dessa forma, fica evidente que devemos pensar em formas de utilizar os avanços tecnológicos em nosso favor.
Para que possamos seguir em busca de uma vida mais equilibrada, é necessário sabermos a importância dos nutrientes presentes nos alimentos, assim como termos em mente os seus malefícios quando consumidos exageradamente, o que evidencia a necessidade de repensarmos na suplementação intensa a longo prazo.
O nosso corpo é inteligente. Ele fala conosco, e devemos sempre prestar atenção. Assim, finalizo com uma reflexão: o esforço que colocamos em nós mesmos para criar uma disciplina voltada para o aperfeiçoamento de nossos corpos deve ser o mesmo para entendermos que o excesso em si nunca é bom.
Artigo: http://revista.fepi.br/revista/index.php/revista/article/view/790/pdf_143
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI; é especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.
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