Mudança na dieta pode aumentar longevidade em cerca de 10 anos, diz estudo

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Um estudo publicado na revista PLOS Medicine no dia 8 de fevereiro estima que adotar uma dieta saudável com mais legumes e menos carne vermelha pode aumentar a expectativa de vida em cerca de 10 anos. Os resultados também foram usados na criação de uma ferramenta online que calcula os benefícios das mudanças na alimentação.

Baseados em centenas de estudos sobre o assunto, os pesquisadores da Universidade de Bergen, na Noruega, analisaram os benefícios trazidos por mudar de uma dieta "tipicamente ocidental" — com baixo consumo de legumes, frutas e vegetais e grandes quantidades de alimentos processados e com açúcar — para uma dieta saudável, que envolve um maior consumo de legumes, grãos integrais, nozes, frutas e menos carnes vermelhas e processadas.

O estudo calcula que um homem que adotasse a dieta mais saudável aos 20 anos poderia viver em média mais 13 anos com a mudança, enquanto uma mulher na mesma idade poderia poderia ganhar cerca de 10 anos de vida. No entanto, as estimativas são uma média, e os ganhos reais variam de acordo com outros fatores como estilo de vida e genética.

Segundo os autores, os ganhos na expectativa de vida são maiores para aqueles que iniciam a mudança mais cedo, mas também há benefícios para quem adere mais tarde. Uma mulher que mudasse sua alimentação aos 60 anos poderia ganhar em média mais 8 anos de vida, enquanto um homem na mesma idade ganharia quase 9. Ao adotar a mudança aos 80 anos, o acréscimo pode ser de quase 3 anos e meio para ambos os sexos.

Alimentação e longevidade

Legumes e leguminosas forneceram o maior aumento na expectativa de vida. (Fonte: Pexels/Karolina Grabowska)Legumes e leguminosas forneceram o maior aumento na expectativa de vida. (Fonte: Pexels/Karolina Grabowska)Fonte:  Pexels/Karolina Grabowska 

Dentre os alimentos estudados, os maiores benefícios na longevidade foram proporcionados por legumes e leguminosas como feijão e ervilha, assim como grãos integrais e oleaginosas como nozes, castanhas e amendoins. Além disso, reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas, bebidas açucaradas e grãos refinados também mostrou benefícios, segundo a pesquisa.

O estudo diz que o aumento na expectativa de vida causada pela mudança de dieta é resultado dos alimentos mais saudáveis, que promovem uma redução no risco de doenças cardíacas, diabetes e câncer, que estão entre as principais causas de morte no mundo. No entanto, para que se obtenha o maior benefício, os autores estimam que a dieta precise ser mantida por pelo menos 10 anos.

Os dados da pesquisa foram usados na criação de ferramenta online Food4HealthyLife, que permite que o usuário insira informações como idade, gênero e as mudanças na alimentação (quantidade ingerida de cada alimento) para estimar os ganhos na expectativa de vida.

Os autores disseram que essa pode ser uma ferramenta útil para médicos e para todos que desejam entender o impacto de mudanças alimentares na saúde. Até o momento, a ferramenta está disponível apenas em inglês.

ARTIGO PLOS Medicine: doi.org/10.1371/journal.pmed.1003889

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