Com a retomada das aulas presenciais nas escolas da rede estadual de São Paulo nesta quarta-feira (02), um dos temas que voltaram à discussão foi o desafio de manter o distanciamento mínimo entre os alunos nas salas de aula, de forma a minimizar o risco de transmissão do coronavírus.
Abordada desde o início da pandemia, a questão mobilizou um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo (ICT-Unifesp), da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). A parceria resultou em um sistema chamado Sala Planejada, plataforma online que simula configurações, posicionamento e disposição de mobiliário.
A princípio voltado para o planejamento de salas de aula, o aplicativo se estendeu a outros tipos de ambientes fechados, como restaurantes e consultórios. Um dos autores do projeto, o professor da Unifesp Luís Felipe Bueno, disse à Agência FAPESP que, em 2020, a montagem do aplicativo "foi feita sem o uso de ferramentas de modelos matemáticos". Mas, no ano passado, foi desenvolvida uma nova tecnologia adaptada aos protocolos de distanciamento.
Como funciona o aplicativo Sala Planejada?
(Fonte: Unicef/Divulgação.)Fonte: Unicef
Para usar o Sala Planejada, basta ir até o site, preencher as opções desejadas e os dados solicitados e deixar o algoritmo fazer o trabalho. Para alimentar o sistema, é necessário inserir as dimensões de largura e de comprimento da sala, o tamanho de cada carteira e o distanciamento mínimo desejado entre os alunos. É possível escolher entre máximo de alunos em sala ou número fixo de alunos com o máximo de distância entre eles.
O modelo utilizado no funcionamento do aplicativo é chamado de empacotamento de círculos em retângulos, um problema matemático que leva em conta obstáculos nos cômodos em que ocorrem as simulações, como portas, pilastras e escadas. "Matematicamente, estamos apontando como os ambientes podem se tornar mais seguros diante de protocolos preestabelecidos pelas autoridades sanitárias (...) para minimizar o contágio", concluiu Bueno.
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