Novos sensores cerebrais gravam sinais com resolução recorde

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Imagem: UC San Diego Jacobs School of Engineering/David Baillot

Uma equipe de pesquisadores desenvolveu uma nova séries de sensores que são capazes de registrar os sinais elétricos do cérebro com uma resolução nunca antes vista. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos.

Os novos dispositivos têm grades compactas com 1.024 ou 2.048 sensores de eletrocorticografia (ECoG) incorporados. O desenvolvimento da tecnologia foi publicado em artigo na revista Science Translational Medicine. No vídeo a seguir é possível ver o sensor com mais detalhes.

Se aprovadas para uso clínico, essas novas grades podem ser revolucionárias. Isso porque elas são capazes de fornecer informações diretamente da superfície do córtex cerebral. Isso poderia ser aplicado, por exemplo, no planejamento de cirurgias para remoção de tumores.

Os equipamentos alcançam um resolução 100 vezes maior que as disponíveis hoje. Essa alta performance permite que sejam obtidas informações detalhadas sobre quais áreas específicas do cérebro estão ativas, por exemplo.

Eletrocorticografia (ECoG)

A eletrocorticografia consiste no registro da atividade cerebral a partir de sensores colocados diretamente na superfície do cérebro. Ela já é comumente usada por neurocirurgiões em procedimentos de tratamento de tumores.

As grades de ECoG usadas atualmente costumam ter entre 16 e 64 sensores. Sob medida, é possível ter grades com 256 sensores, geralmente usadas em pesquisas. No novo estudo foram usadas uma com 1.024 e outra com 2.048 sensores, que permitiram a alta resolução final.

Isso pode melhorar a precisão de uma cirurgia de remoção de tumor, por exemplo. Com tantos detalhes, é mais fácil para um cirurgião extrair apenas as células defeituosas do cérebro, preservando o máximo possível de tecido saudável.

Novos sensores são mais flexíveis e 100 vezes mais finas que as grades de ECoG utilizadas em clínicas (Fonte: UC San Diego Jacobs School of Engineering/David Baillot)Novos sensores são mais flexíveis e 100 vezes mais finas que as grades de ECoG utilizadas em clínicas (Fonte: UC San Diego Jacobs School of Engineering/David Baillot)Fonte:  UC San Diego Jacobs School of Engineering/David Baillot 

Existem ainda outros tratamento que se beneficiam da tecnologia. No caso da epilepsia, a alta qualidade dos dados obtidos pode melhorar a capacidade dos médicos identificarem as regiões de origem das crises epilépticas. A partir dessa informação seria possível, novamente, a extração do parte danosa.

Nos últimos anos a tecnologia de sensores cerebrais tem avançado em grande velocidade. Acompanhado a isso está o surgimento de empresas interessadas em criar produtos baseados nesses dispositivos, como a Neuralink, do bilionário Elon Musk.

Agora a equipe está trabalhando em versões sem fio dessas grades de ECoG de alta resolução. Eles esperam que o futuro equipamento possa ser usado por até 30 dias de monitoramento.

Se isso for possível, o dispositivo poderá ser utilizado com implante para pessoas com epilepsia intratável, paralisias ou outras doenças neurodegenerativas que possam ser tratadas com estimulação elétrica.

ARTIGO Science Transalational Medicine: doi.org/10.1126/scitranslmed.abj1441

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