Paleontologia: entenda o que é e qual é a sua importância

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Imagem: Museu Nacional/Divulgação

Para muitos, a palavra Paleontologia remete à descoberta de dinossauros e grandes feras do passado distante. Mas esse campo da ciência é muito mais que isso. Ele engloba o estudo de todos os seres vivos que já viveram no planeta.

Além dos grandes répteis, existem paleontólogos interessados na descoberta de peixes, mamíferos, anfíbios, aves ou até animais mais simples, como esponjas do mar. Vegetais, fungos e bactérias também são de interesse desses pesquisadores.

Crânio de pterossauro em bom estado de conservação e paleontólogo responsável pela descoberta, professor Tim Richards (Fonte: QUT/Tim Richards)Crânio de pterossauro em bom estado de conservação e paleontólogo responsável pela descoberta, professor Tim Richards. (Fonte: QUT/Tim Richards)Fonte:  QUT 

Mesmo vestígios da existência de vida são objetos de estudo nesse campo, como ovos de dinossauros, fezes de animais e até pegadas. De acordo com o organismo estudado, a paleontologia subdivide-se em outras áreas. São elas:

  • Paleozoologia — preocupada com o estudo de animais.
  • Paleobotânica — envolvida com a pesquisa de plantas e vegetais.
  • Paleobiogeografia — disciplina que relaciona a vida às condições geográficas do passado, muito diferentes das atuais.
  • Paleocologia — analisa as relações ecológicas das espécies extintas.
  • Paleoetologia — inclui os cientistas ocupados em descobrir o comportamento dos seres vivos do passado.

A Paleontologia surgiu na interface entre duas grandes áreas da ciência: a biologia — o estudo da vida — e a geologia — interessada na Terra. Dessa forma, ela consegue explicar como as espécies evoluíram ao longo da história do planeta.

Esse campo de pesquisa também tem importância econômica. Os pesquisadores da área ajudam na descoberta de reserva de combustíveis, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral.

Além disso, descobertas de fósseis geram investimentos na preservação de ambientes naturais e servem para a criação e manutenção do acervo de museus de história natural, que contribuem muito para o setor de turismo.

Formação dos fósseis

As descobertas da Paleontologia são feitas por meio de fósseis. A definição varia, mas basicamente se tratam de vestígios de seres vivos do passado que passam pelo processo de fossilização.

Se, após a morte, o organismo não sofrer decomposição, ele tem algumas chances de ser fossilizado. Para isso, é comum que o corpo seja soterrado ou congelado, por exemplo, já que o acesso de seres decompositores é mais difícil em um ambiente sem ar.

Durante os séculos seguintes, pouco a pouco todo o material orgânico desse corpo é substituído por compostos inorgânicos. Isso é o caso, por exemplo, das ossadas de dinossauro, que se tornam, literalmente, pedras.

Conservação

Você consegue imaginar o quanto é difícil topar com um material desses atualmente? Por isso os fósseis têm um grande valor. Muitas vezes são vendidos para colecionadores e museus a preços altíssimos, e alguns são únicos e de valor inestimável.

Isso porque nem todas as espécies que já existiram deixaram fósseis. De algumas restaram apenas um único registro que chegou aos dias atuais e quase sempre esse vestígio é algo tão pequeno quanto um dente ou uma unha.

Fragmento de mandíbula de um Peirosauridae encontrado em São Paulo. (Fonte: Eixo SP/Divulgação)Fragmento de mandíbula de um Peirosauridae encontrado em São Paulo. (Fonte: Eixo SP/Divulgação)Fonte:  Eixo SP 

Mais improvável ainda é encontrar fósseis completos e bem conservados, principalmente de grandes animais. Geralmente as partes duras são as mais bem preservadas — os ossos, por exemplo.

Mais raramente se encontram partes moles. Nesses casos, condições ambientais extremas são necessárias, como o congelamento completo. Os diferentes estados de conservação em que um fóssil pode ser encontrado são:

  • Conservação total: feita por âmbar — como o mosquito do filme Jurassic Park — ou mumificação.
  • Conservação parcial.
  • Conservação com adição de material, incrustação, incarbonização, silicificações etc.

Existem também os chamados icnofósseis, ou vestígios fósseis. Nessa classe de material estão incluídos os sinais de vida deixados pelos seres do passado. As pegadas ou as fezes fossilizadas — chamadas de coprólitos — são bons exemplos.

Sítios Paleontológicos

Ao longo da história, alguns lugares do planeta tiveram condições excelentes para formação de fósseis e hoje estão repletos deles. Por isso são conhecidos agora como sítios paleontológicos.

A abundância do material raro nessas regiões já explica o valor inestimável delas. Por isso, é muito importante decretar a conservação desses espaços. O Brasil tem alguns dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo. São alguns exemplos:

  • Sítios Paleontológicos de Santa Maria — Rio Grande do Sul
  • Floresta Fóssil de Teresina — Piauí
  • Sítio paleontológico Peirópolis e Serra da Galga — Minas Gerais
  • Monumento Natural Vale dos Dinossauros — Paraíba
  • Bacia de Fonseca — Minas Gerais
  • Varvito de Itu — São Paulo

Pesquisadores fazem escavações na região oeste do Paraná (Fonte: Museu Nacional da UFRJ/Divulgação)Pesquisadores fazem escavações na região oeste do Paraná. (Fonte: Museu Nacional da UFRJ/Divulgação)Fonte:  Museu Nacional da UFRJ 

O mundo que hoje conhecemos é o resultado de milhões de anos de evolução. Sabendo que o passado é a chave do presente, o conhecimento dos seres vivos antigos nos ajuda a entender as dinâmicas da vida atual.

A Paleontologia é a porta para resgatar essas informações do passado esquecido e compreender a nossa história evolutiva. Por meio dessa área que podemos entender melhor como a vida surge e desaparece do planeta.

Infelizmente, nas grades curriculares de ciências e biologia do Brasil, essa matéria ainda é pouco explorada. Mas, talvez ela possa ser cada dia mais valorizada no país, por meio da popularização do assunto atraída pela curiosidade que os dinossauros e fósseis despertam.

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