Não é preciso explicar o impacto que a covid-19 teve em nossas vidas desde que chegou ao Brasil em 2020. Até hoje, porém, não é possível explicar com precisão o que leva uma pessoa a ter uma experiência mais grave da doença, enquanto outros sofrem com sintomas leves — ou até mesmo são assintomáticos.
O que sabemos é que os hospitalizados pela versão mais intensa da infecção tiveram que lidar com muitos efeitos, mesmo meses depois da neutralização do vírus no organismo. Sequelas neurológicas, fraqueza muscular, dores no corpo, crises de ansiedade e pânico, foram algumas das consequências mais comuns observadas nos hospitais.
As mais graves, porém, estão relacionadas ao pulmão, órgão mais comprometido pelo Sars-CoV-2. Para uma melhor recuperação da saúde do órgão e da condição física após a internação, são necessários cuidados especiais: é onde a fisioterapia respiratória atua.
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O que é a fisioterapia respiratória?
A fisioterapia respiratória é uma especialização voltada para o tratamento de disfunções respiratórias agudas ou crônicas, como pneumonia e asma, respectivamente. Desde a reexpansão pulmonar, à desobstrução das vias aéreas superiores e inferiores, a reabilitação pulmonar visa melhorar a qualidade de vida do paciente.
O tratamento inclui exercícios globais, que trabalham todo o corpo, treinamentos de força e resistência da musculatura periférica e dos músculos respiratórios e aeróbicos. Além das técnicas obstrutivas manuais, são utilizados aparelhos como o EPAP, para expansão pulmonar; o flutter, para mobilização de secreções nas vias aéreas inferiores; e o Respiron, para melhorar o condicionamento respiratório.
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Seu papel na recuperação da covid-19
A infecção pelo coronavírus causa uma pneumonia viral, ou inflamação no pulmão, que dificulta as trocas gasosas, gerando cansaço e dificuldade de realizar atividades cotidianas. O tratamento com a fisioterapia respiratória começa ainda no hospital, durante a internação.
O profissional será responsável por avaliar o quadro e identificar o melhor tratamento para o paciente, seja o uso do cateter de oxigênio ou o aparelho de ventilação não invasiva (VNI). Ambos os aparelhos auxiliam na qualidade da respiração, diminuindo o esforço para o ar entrar e permitindo que órgão descanse.
Com a estabilidade do quadro, o profissional fisioterapeuta iniciará os exercícios funcionais e respiratórios, estimulando os pulmões e os músculos do corpo. Antes de receber alta, ainda é preciso avaliar possíveis sequelas, o uso de medicamentos (como broncodilatador, corticoide e anticoagulantes), para recomendar os exercícios mais adequados.
Uma das sequelas mais comuns é a fibrose pulmonar que reduz a reserva ventilatória, causando a condição conhecida como “fôlego curto”, além de fraqueza muscular. A fisioterapia respiratória será responsável pela reabilitação pulmonar, trabalhando os sistemas respiratório, cardiovascular e musculoesquelético.
Cuidados em casa
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Para realizar os exercícios, é preciso o acompanhamento de um profissional, ou o treinamento prévio com um fisioterapeuta. O paciente passará por uma avaliação individual das suas necessidades e capacidades, visto que, até mesmo atividades simples requerem uma atenção especial com o monitoramento de parâmetros como saturação e frequência cardíaca, evitando acidentes domésticos.
O profissional recomendará as atividades, repetições e frequência ideais para a recuperação, incluindo as que podem ser realizadas em casa por conta própria. Modalidades como pilates e ioga, trabalham a respiração e podem auxiliar no tratamento, mas é importante que o fisioterapeuta dê o aval com orientação, segundo a situação do paciente.
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