A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi autorizada pelo governo federal a realizar todas as etapas para a produção da vacina contra o coronavírus.
O imunizante será o mesmo da empresa anglo-sueca AstraZeneca, com quem a instituição brasileira mantém um contrato de transferência de tecnologia.
Na sexta-feira (7), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deu parecer favorável para incluir a fundação como empresa autorizada para fabricação do IFA.
Fiocruz recebe autorização para produzir o IFA da vacina AstraZeneca em território nacional (Fonte: Pixabay/Fernandozhiminaicela)Fonte: Pixabay
O IFA, ou Ingrediente Farmacêutico Ativo, é o insumo da vacina que contém a informação genética do vírus que se quer combater. No caso da vacina Oxford/AstraZeneca, ele contém amostras de um vírus inofensivo modificado.
São usados adenovírus que recebem dados genéticos da proteína spike (espícula) do coronavírus. Eles levam essa informação para os anticorpos, preparando nosso corpo com antecedência para combater o SARS-Cov-2.
Em julho de 2021 a Fiocruz iniciou a produção no país desse imunizante. Mas até agora era necessário importar o IFA da China, gerando inconvenientes e atrasos na distribuição das vacinas.
Com a autorização, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) passa a produzir o material em solo brasileiro. A instituição já tem o equivalente a 21 milhões de doses em IFA em diferentes etapas de produção e controle de qualidade.
Para a aprovar do registro, a Anvisa avaliou os processos da Bio-Manguinhos/Fiocruz e comprovou que eles possuem a mesma eficácia, segurança e qualidade das plantas de produção do exterior.
As primeiras doses do imunizante totalmente nacional estão previstas para fevereiro. Elas serão distribuídas pelo Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, assim que forem concluídos os testes de controle de qualidade.
"Com essa aprovação hoje pela Anvisa, conquistamos uma vacina 100% produzida no país e, dessa forma, garantimos a autossuficiência do nosso Sistema Único de Saúde", diz em nota a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
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