O Ministério da Saúde sofreu um ataque cibernético na madrugada do dia 10 e, desde então, os sistemas do órgão ainda estão instáveis. O banco de dados de covid-19, que também foi afetado, tem causado transtorno em diferentes estados do país, impedindo métricas precisas sobre a pandemia.
O DataSUS, portal que reúne dados do sistema de saúde, é fundamental para que pesquisadores possam conduzir estudos de saúde pública no país, inclusive de epidemiologia. O sistema já completa 10 dias fora do ar, o que está prejudicando o mapeamento de dados sobre o coronavírus e também a influenza.
Pessoal: continuamos sem os dados do @minsaude para poder fazer um monitoramento da pandemia de covid-19 no Brasil e também da epidemia de influenza que está, pelo visto, se espalhando entre os estados.
— Isaac Schrarstzhaupt (@schrarstzhaupt) December 21, 2021
Como suspeitamos disso? Sigam o fio para entender: ?? //1 pic.twitter.com/olAiqunlAm
Outro serviço afetado, o aplicativo ConecteSUS também segue com instabilidades, mas deve voltar a funcionar normalmente ainda nesta semana, de acordo com as estimativas do Ministério da Saúde. A plataforma reúne dados importantes sobre a imunização, incluindo a carteira de vacinação contra o coronavírus, medicação e atendimento de pacientes e usuários do SUS.
Alvo frequente
Neste ano, o Ministério da Saúde já foi alvo de dois outros ataques. Ambos miravam no sistema FormSUS e não tiveram danos aos dados, mas vieram acompanhados de mensagens com críticas à segurança da plataforma.
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As contantes falhas levantam discussões sobre a segurança dos dados pessoais disponíveis no sistema do SUS. Além de invasões por terceiros, os cadastros são facilmente acessáveis por usuários do sistema, que podem estar mal-intencionados. Alguns dos ataques recentes contra órgãos do governo, inclusive, podem ter sido realizados por agentes internos.
Neste ano, por exemplo, personalidades como o epidemiologista e divulgador científico Átila Iamarino tiveram dados alterados no sistema do SUS. As informações pessoais do cientista e até mesmo da sua mãe foram editadas. Átila, uma das principais vozes no combate à pandemia no país e na disseminação da vacina, acredita que o ataque teve motivações políticas.
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