Na quinta-feira (16), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a imunização de crianças com a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech. Testes conduzidos pelas empresas mostraram que o imunizante tem alta eficácia nos pequeninos.
Os cientistas estão estudando para descobrir como o ômicron afeta criançasFonte: Shutterstock
A autorização de uso da vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2 também já foi realizada em outros países, como Estados Unidos, Colômbia, Peru, Honduras, Uruguai, El Savador, Equador, República Dominicana e também na União Europeia. Ainda não há previsão de quando a imunização em crianças deve começar no Brasil.
Vacina diferente para crianças
Apesar de usarem uma fórmula semelhante, a vacina para crianças é diferente da versão para adultos. Por exemplo, a dose para crianças de até 11 anos tem 10 microgramas, volume de 0,2 mL, concentração do RNAm de 0,1mg e 1,3 mL de diluente — em comparação, a imunização para adultos e maiores de 12 anos tem dose de 30 microgramas, volume de 0,3 mL, concentração do RNAm de 0,5 mg e diluente de 1,8 ml.
"A redução na dosagem para a faixa de 5 a 11 anos se respaldou nos estudos de Fase 1 e 2, que mostraram que essa dosagem (10 microgramas) foi o suficiente para gerar altos títulos de anticorpos com perfil de segurança bastante favorável para a população pediátrica", disse a Pfizer em comunicado.
A versão para crianças tem até 10 doses por frascoFonte: Anvisa
Até o momento, os cientistas ainda não sabem se haverá necessidade de uma dose de reforço para os pequeninos menores de 11 anos, porém, uma pesquisa da Pfizer mostrou que a vacina oferece 90,7% de prevenção com as duas doses.
O governo deve comprar um novo lote de vacinas especialmente para as crianças, contudo, até o momento, o Ministério da Saúde não revelou quando a distribuição será realizada ao redor do Brasil.
"A gente fala que só 0,4% das mortes ocorrem nos menores de 20 anos, mas 0,4% de 600 mil mortes são mais de 2.500 crianças e adolescentes que perderam a vida para a Covid. Em dois anos, esse total de mortes é maior do que todo o calendário infantil. Se somarmos todas as mortes por coqueluche, diarreia, sarampo, gripe, meningite, elas não somam 1.500 por ano", disse o infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações, durante a reunião da Anvisa na qual a decisão foi divulgada.
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