A Suíça aprovou o uso de uma cápsula para a morte assistida, que é legalizada no país. O dispositivo recebeu o nome Sarco e leva à morte em até 10 minutos.
A morte assistida, quando legalizada, é voltada a pessoas com doenças terminais que tomaram decisão de maneira consciente, com apoio de uma equipe de profissionais. Países que permitem a prática contam com uma regulação específica e rigorosa.
A cápsula Sarco, feita por impressora 3D, possui formato parecido com o de um caixão e foi elaborada visando o conforto, segundo o inventor Philip Nitschke.
O processo é iniciado de dentro do dispositivo pela própria pessoa. O interior da cápsula é preenchido por nitrogênio, reduzindo rapidamente o nível de oxigênio. A pessoa pode sentir uma leve euforia antes de perder a consciência e entrar em um coma profundo.
A morte acontece sem asfixia ou pânico, segundo os desenvolvedores. A Sarco também conta com um botão de emergência, que encerra o processo e permite que a pessoa saia da cápsula.
Na Suíça, a morte assistida requer a injeção de um líquido específico, mas, de acordo com o jornal Swiss Info, a Sarco poderia garantir uma morte pacífica sem precisar do uso de substâncias controladas.
"O maior benefício para a pessoa que vai usar a cápsula é que não requer permissões específicas, assistência de médicos e injeções”, explicou Nitschke.
Flexibilizado em alguns países europeus, a morte assistida é aceita na Suíça desde 1942. Pacientes que sofrem com doenças terminais são os que mais buscam o serviço, já que só é permitido quando os motivos não forem considerados egoístas.
No país, cerca de 1.300 pessoas morreram dessa maneira em 2020, onde o único método utilizado até agora é a injeção. Também é comum que estrangeiros viajem até o país para ter acesso ao serviço.
O jornal inglês The Guardian reportou que, desde 2003, o número de pessoas que tiveram morte assistida na Suíça aumentou em quase cinco vezes.
A prática é legal ou descriminalizada em ao menos 12 países. Um dos mais recentes a flexibilizar a lei de morte assistida foi Portugal, que aprovou que pessoas com condições graves ou incuráveis de saúde pudessem ter acesso ao serviço.
Na Bélgica e na Holanda, a legislação é mais ampla, permitindo que crianças com doenças terminais também possam ter morte assistida, desde que tenham a autorização dos pais.
No Canadá e em alguns estados da Austrália e dos Estados Unidos, a prática também já é permitida. Na América Latina, o serviço é legalizado apenas na Colômbia, mas Peru, Chile e Uruguai tem avançado no debate sobre morte assistida.
No Brasil, o tema ainda é um tabu. O Código Penal proíbe auxílio à morte e a prática é passível de pena de até seis anos de prisão.
O Centro de Valorização da Vida é uma organização de prevenção ao suicídio que oferece apoio emocional gratuito para quem enfrenta dificuldades de saúde mental. Se precisar de ajuda, ligue para 188 ou entre em contato pelo chat.