Um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) divulgado na última quarta (1°) prevê que a capacidade de geração de energia renovável no mundo vai aumentar em 60% nos próximos cinco anos, se comparado aos números do ano passado. A previsão ainda diz que 95% de todo o aumento global na capacidade de geração de energia até 2026 virá através de fontes renováveis.
Para a IEA, esse avanço significaria que a capacidade de energia renovável total em 2026 alcançará 4.800 gigawatts, o mesmo valor atualmente gerado pela combinação de combustíveis fosseis e energia nuclear.
As energias solar e eólica são citadas como as principais responsáveis por esse crescimento, que acontece mesmo em meio a uma alta nos seus custos de produção e instalação. O relatório estima que os custos para o investimento em energia solar e eólica aumentaram cerca de 25% se comparado aos valores de 2019.
Ainda segundo a agência, China, Europa, Estados Unidos e Índia dominam a expansão da geração de energia renovável. A China é a atual líder, e sozinha corresponde a 43% do acréscimo de energia renovável nos próximos cinco anos. Caso as previsões do relatório se concretizem, o país alcançará a capacidade de 1.200 gigawatts de energia solar e eólica quatro anos mais cedo do que inicialmente previsto.
O relatório também diz que a Índia irá dobrar o seu número de instalações de geração de energia renovável, se comparado com o período de 2015-2020.
Desafios para a neutralidade de carbono
Metas para a neutralidade de carbono em 2050 ainda estão longe de serem atingidas. (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Apesar dos números otimistas, o relatório diz que a atual expansão não é suficiente para se atingir a meta da neutralidade de carbono até 2050. Para que essa meta seja atingida, a média anual de crescimento da capacidade de geração solar e eólica precisaria ser quase o dobro da prevista atualmente, e o uso de biocombustíveis precisaria quadruplicar, segundo a IEA.
Além do aumento nos custos, a agência cita que os principais obstáculos observados para a expansão envolvem a dificuldade em obter aprovação e financiamento dos projetos por parte dos governos, assim como os altos custos de investimento em fontes renováveis em países em desenvolvimento.
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