Estudos publicados no New England Journal of Medicine apontam que a crioablação, método que congela veias do coração, é um dos mais eficazes contra a arritmia cardíaca, sendo superior aos medicamentos.
O congelamento dura entre 3 e 4 minutos, podendo chegar a até -50º Celsius. A técnica destrói as células responsáveis pela arritmia e restaura o ritmo normal do coração do paciente.
O procedimento consiste na introdução de cateteres em uma veia que chega até o coração. Na região responsável por coletar o sangue oxigenado que vem dos pulmões, é posicionado um balão que fará o congelamento das veias.
Congelamento elimina áreas doentes do coração e pode ser mais eficazes que medicamentosFonte: Shutterstock
A pesquisa mostrou que a chance de cura aumenta quando a terapia é feita precocemente, já que a fibrilação atrial, que altera o ritmo cardíaco, é um fator de risco para o AVC (acidente vascular cerebral), insuficiência cardíaca e até mesmo morte. A rapidez do tratamento é um dos fatores mais importantes no combate à doença.
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Outro estudo, publicado em 2016, já havia comprovado a eficácia do congelamento das veias para a arritmia cardíaca. Denominada Fire & Ice, a pesquisa comparou a crioablação com a radiofrequência, que é feita com calor, e constatou que o primeiro método reduziu em 34% as hospitalizações causadas por problemas cardíacos e em 33% a necessidade de novos procedimentos, se comparado ao segundo.
A crioablação já foi incorporada pela ANS (Agência de Saúde Suplementar) e está sendo utilizada em hospitais privados. No momento, a tecnologia está em aprovação pela Conitec (Comissão Nacional de Tecnologias no SUS) para ser aplicada ao Sistema Único de Saúde.
De acordo com Adriana Corchog, diretora na empresa de tecnologia em saúde Medtronic —que comercializa um catéter próprio para ser usado na técnica, o Arctic Front — o procedimento pode ser facilmente implementado em centros de saúde de menor porte por ser uma intervenção rápida e simples. Além disso, também permite que o paciente tenha uma recuperação mais rápida.
ARTIGOS The New England Journal of Medicine: doi.10.1056/NEJMoa2029554; doi.10.1056/NEJMoa2029980