Pesquisadores brasileiros avançam para usar órgãos de porco em humanos

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Um grupo de pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP) está em busca de recursos para fazer transplantes de rins de porco em humanos. Eles realizaram edição genética em porcos como parte do estudo que tem como objetivo o xenotransplante — técnica que permitiria transplantar órgãos e tecidos de suínos para seres humanos no futuro. Os testes estão planejados para começar daqui a dois anos, segundo informações da Agência Brasil.

A edição genética dos animais é uma das etapas mais importantes do projeto, pois evita que o corpo do recipiente rejeite o órgão suíno.

Pesquisa em andamento

(Reprodução/Pixabay)(Reprodução/Pixabay)Fonte:  Pixabay 

No momento da pesquisa, estão sendo produzidos os primeiros embriões de porcos a partir das células geneticamente modificadas, que são os primeiros experimentos de clonagem deste estudo.

A célula produzida em laboratório — com o genoma modificado — é então submetida a uma técnica de clonagem e, a partir daquela célula, é possível gerar um embrião que vai se desenvolver na barriga do animal e espera-se que os órgãos sejam então compatíveis com o transplante em humanos.

Ernesto Goulart, pesquisador do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, diz que os primeiros porquinhos devem nascer daqui a 6 a 8 meses. “A expectativa de nosso grupo é de, em até dois anos, começar os primeiros estudos em humanos, com transplantes em humanos. E, em até cinco anos, há expectativa de iniciar os estudos clínicos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]”, afirmou à Agência Brasil.

Experimentos nos Estados Unidos

(Reprodução/Pixabay)(Reprodução/Pixabay)Fonte:  Pixabay 

Em outubro, pesquisadores do centro médico acadêmico NYU Langone Health, em Nova York, realizaram o primeiro xenotransplante bem-sucedido do mundo.

O transplante experimental foi feito em uma paciente com morte cerebral. Os familiares autorizaram a cirurgia antes que os equipamentos que a mantinham viva fossem desligados. O experimento foi conduzido pelo médico-cirurgião Robert Montgomery.

Ao jornal americano The New York Times, o professor de transplantes Dorry Segev, da Escola de Medicina Johns Hopkins, que não participou da pesquisa, disse que a ciruirgia é um grande avanço. "Mas ainda precisamos saber mais sobre a longevidade do órgão", afirmou.

Procedimento no Brasil

(Reprodução/Pixabay)(Reprodução/Pixabay)Fonte:  Pixabay 

No Brasil, os estudo são chefiados pelo cirurgião e professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Silvano Raia, que disse em entrevista que um procedimento análogo ao que foi feito nos Estados Unidos deve ser realizado pela equipe no Brasil daqui a aproximadamente seis meses.

Os rins serão utilizados pelos pesquisadores brasileiros em experimento de perfusão isolada: sistema que permite estudar o órgão fora do corpo do animal e do ser humano usando um tipo de máquina.

Segundo Raia, é muito possível que, dentro de um ano, em lugares que também estão bastante avançados na pesquisa — como a Alemanha, Estados Unidos ou China — o xenotransplante seja feito efetivamente no ser humano. Ele também diz acreditar que, daqui a dois anos, esse mesmo procedimento seja feito no Brasil, já em pacientes que estejam na fila de espera de um rim.

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