Pesquisadores do Centro Alemão para Doenças Degenerativas (DZNE) e do Centro Médico Universitário de Göttingen estão estudando uma forma de identificar sinais prévios do desenvolvimento de demência a partir do estudo de amostras de sangue.
A atual pesquisa, publicada no periódico acadêmico EMBO Molecular Medicine, traz os primeiros resultados de experimentos que analisam o nível de determinadas moléculas chamadas de microRNAs. Segundo o artigo, a alta presença de determinadas composições no sangue indica uma probabilidade mais elevada do desenvolvimento de doenças cognitivas em uma janela de dois a cinco anos.
Testes realizados em ratos e culturas celulares em laboratório reforçam os resultados. Os animais com uma alta taxa dessas moléculas na amostra de sangue mostraram uma queda nas funções cognitivas ou de fato desenvolveram formas de demência. Nesses casos, ao menos três microRNAs encontrados no sangue foram vistos como um "sinal de alerta", o que significa que eles também podem ser os alvos de um potencial tratamento.
Futuro ainda distante
O estudo dos microRNAs no sangue pode ajudar em prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas à cognição, incluindo o Alzheimer. Isso porque a identificação seria em fases iniciais da manifestação — os sintomas só aparecem quando ela já está em uma etapa mais desenvolvida e grave.
A ideia dos pesquisadores é desenvolver um teste sanguíneo não invasivo e rápido, feito em exames de check-up de rotina, por exemplo, que seja capaz de validar a presença dos microRNAs e exigiriam um cuidado mais específico do paciente.
Porém, os cientistas reforçam que os experimentos ainda são preliminares e o resultado deve levar algum tempo até que seja aplicado de fato em exames médicos.
ARTIGO EMBO Molecular Medicine: doi.org/10.15252/emmm.202013659
Fontes