A Fundação Bill & Melinda Gates anunciou, na terça-feira (19), o investimento de até US$ 120 milhões (R$ 664 milhões) para apoiar a fabricação genérica do molnupiravir, antiviral experimental contra a covid-19, para ser distribuído a países de baixa renda.
O medicamento está sendo desenvolvido pela farmacêutica suíça Merck, que enviou um pedido de autorização de uso emergencial para a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. O tratamento completo tem preço estimado em US$ 700, ou mais de R$ 3.800.
Aceleração da distribuição
Today we’re committing $120 million to accelerate access to molnupiravir, a promising drug for responding to COVID-19.
— Gates Foundation (@gatesfoundation) October 20, 2021
Therapeutics like this usually take at least one year to reach low-income nations. We’re aiming to reduce that gap significantly.https://t.co/REzgwF6GLn
O objetivo do investimento é reduzir o tempo que leva para um novo remédio chegar aos países mais pobres depois de estar disponível nos mercados de alta renda. Essa lacuna é, em média, de 12 meses ou mais e pode tornar a pandemia mais longa.
Desde o início da pandemia, a Fundação planeja investir US$ 1,9 bilhão (mais de R$ 10 bilhões) para aumentar o acesso a vacinas, tratamentos e testes de covid-19, apoiando pesquisa, desenvolvimento, trabalho regulatório, fabricação e entrega de produtos.
“Para acabar com esta pandemia, precisamos garantir que todos, não importa onde vivam no mundo, tenham acesso a produtos de saúde que salvam vidas”, disse Melinda French Gates, co-presidente da Fundação Gates. A instituição também busca estimular outras fundações e governos a doarem recursos para controlar a pandemia.
Covid-19 na África
Cobertura vacinal contra covid-19 ainda é muito baixa. (Fonte: Our World in Data/Reprodução)Fonte: Our World in Data/Reprodução
Desde o início da pandemia, a fundação colabora com diversos parceiros, como a Plataforma de Suprimentos Médicos da África. A entidade foi criada em junho de 2020 e conta com a participação de 46 países africanos para combater a escassez de suprimentos e reduzir os atrasos logísticos no fornecimento de medicamentos ao continente.
A África vem enfrentando dificuldades para conseguir insumos contra a pandemia e é o continente com menor cobertura vacinal. Enquanto 47,9% da população mundial recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19, os países africanos conseguiram iniciar a imunização em menos de 10% da sua população, de acordo com o site Our World in Data.
Enquanto agências reguladoras e governos nacionais decidem sobre a autorização do uso do molnupivarir, as autoridades africanas buscam formas de obter o medicamento. “Para garantir que a África não seja deixada para trás, temos trabalhado com os colegas da Fundação Bill e Melinda Gates em vários mecanismos que eles podem facilitar”, disse John Nkengasong, diretor dos Centros Africanos para Controle e Prevenção de Doenças.
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