Cientistas da Universidade de Sydney descobriram sinais de rádio emitidos por um corpo astronômico misterioso, presente no centro da Via Láctea. A fonte da radiação foi chamada de “objeto de Andy”, em homenagem a Ziteng Wang — cujo apelido é Andy —, responsável pela identificação de seis ondas eletromagnéticas no ano passado com o uso do radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP).
Desde então, ele e sua equipe recorreram a outros instrumentos para tentar entender melhor a origem das emissões. Através do radiotelescópio MeerKAT, instalação na África do Sul, e de telescópios comuns baseados na luz visível, o grupo observou que o objeto provavelmente possui um forte campo magnético, mas com características diferentes de qualquer outro corpo celeste conhecido na galáxia.
Parabólicas do radiotelescópio ASKAP captaram ondas eletromagnéticas emitidas por um objeto desconhecido no centro da galáxiaFonte: Australian Square Kilometre Array Pathfinder/Reprodução
Além disso, o objeto não é visível em outros comprimentos de onda, como raios X e infravermelho. Isso levou os cientistas a descartarem algumas explicações, incluindo buraco negro, quasar, exoplaneta, estrela e magnetar — estrelas de nêutrons com campos magnéticos poderosos.
“É um objeto interessante, mas não parece ser consistente com qualquer tipo de estrela que conhecemos. Pode acabar sendo parte de uma classe conhecida de objetos, apenas pode ter sido um exemplo estranho, o que [nesse sentido] mudaria o modo como conhecemos sobre o comportamento dessa classe”, disse o pesquisador envolvido no estudo David Kaplan, da Universidade de Wisconsin-Milwaukee (EUA), em entrevista à New Scientist.
O trabalho, liderado por Wang, foi publicado no periódico científico The Astrophysical Journal. Tal pesquisa revelou que os sinais aparecem e desaparecem ao acaso, resultado de explosões de ondas de rádio, conhecidas como rajadas rápidas de rádio. Como o fenômeno libera breves flashes e pelo fato de o objeto não estar visível na maior parte do tempo, acredita-se que a fonte deve ter pequenas dimensões.
ARTIGO The Astrophysical Journal: doi.org/10.3847/1538-4357/ac2360
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