US$ 1 bilhão de dólares. Essa foi a quantia que o segundo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, resolveu doar para projetos de conservação da biodiversidade do planeta. Para ele pode não ser muito, já que sua fortuna, em agosto de 2021, foi estimada em US$ 186 bilhões, segundo dados da Forbes. A doação foi feita após a viagem do bilionário ao espaço em julho, a bordo de uma nave de sua empresa Blue Origin — segundo ele, a Terra parece muito frágil lá do alto.
“A natureza é o nosso sistema de suporte de vida e é frágil. Lembrei-me disso apenas em julho, quando fui para o espaço com o Blue Origin. Ouvi dizer que ver a Terra do espaço muda o ponto de vista do mundo. Mas eu não estava preparado para o quanto isso seria verdade”, disse o bilionário na coletiva de anúncio da iniciativa, na última segunda-feira, durante a semana do Clima, em Nova York (Estados Unidos).
Sobre o aspecto da Terra, Bezos disse: “Vivendo aqui, o mundo e a atmosfera parecem vastos e estáveis. Mas olhando para a Terra de lá, a atmosfera parece fina e o mundo finito. Ambos lindos, ambos frágeis”.
A doação vem do fundo de US$ 10 bilhões de dólares que Bezos criou no ano passado, o Earth Fund. A iniciativa ocorreu logo após funcionários da Amazon - também de Bezos - se posicionarem sobre o papel da empresa na crise climática. À época, o empresário postou em sua rede social que gostaria de amplificar boas práticas e explorar novas maneiras de lutar contra o impacto devastador das mudanças climáticas.
Cada vez mais especialistas alertam para o agravamento da crise nos próximos anos. O relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, em agosto, afirmou que no melhor dos cenários, a Terra deve alcançar mais 1,5 grau de aquecimento nas próximas duas décadas, além do 1,1 grau que já subiu desde a revolução industrial.
Os problemas decorrentes dessas mudanças climáticas incluem a estiagem que ameaça o fornecimento de energia elétrica no Brasil, as inundações na Europa, os incêndios florestais nos Estados Unidos e a recente onda de calor histórica no Canadá.
Para onde irão as doações?
Os projetos que irão receber a doação incluem hotspots de biodiversidade como a Bacia do Congo, os Andes tropicais e o Oceano Pacífico. O dinheiro deve ajudar a financiar a meta de proteger 30% dos oceanos e da terra do planeta até o final da década — que foi definida no Acordo de Paris, da ONU.
Bezos acredita que o dinheiro deve ajudar a expandir, administrar e monitorar áreas protegidas, além de colocar as comunidades indígenas e locais no centro dos esforços para proteger a biodiversidade. Críticos da meta de 30% alertam que a ação pode legitimar a apropriação de terras indígenas. A ideia enfrentou oposição de alguns países durante as negociações da ONU.
Os subsídios do fundo bilionário começarão a ser distribuídos ainda neste ano. Bezos afirmou que este anúncio é o primeiro de três de seu fundo ambiental, que também deve atuar na restauração do ecossistema e na transformação do sistema alimentar mundial.
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