Todo sábado, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!
Nesta semana, vamos falar sobre a astronomia invisível aos olhos humanos, uma nebulosa em forma de rosa para saudar a primavera e os impressionantes lagos de Titã! Vamos lá?
#1: O que os olhos não veem...
na astronomia é comum observar o mesmo objeto em diferentes comprimentos de onda pq eles nos revelam diferentes características desses objetos!
algumas comparações do mesmo objeto observado no visível (como nós enxergamos) e no infravermelho:#AstroMiniBR pic.twitter.com/Bx4VbIMMeC
Aquilo que conhecemos como luz visível, composta por todas as cores da radiação observável ao olho humano, constitui apenas uma minúscula porção do espectro eletromagnético: cerca de 0,0035%. Isso significa que a maioria absoluta dos fenômenos eletromagnéticos são inteiramente invisíveis para nós. Felizmente, no estudo do Universo, muitos instrumentos possibilitam observar o universo em diversas faixas do espectro eletromagnético, desde as ondas de rádio e as micro-ondas até faixas mais energéticas, como os raios ultravioleta e os raios-X. Um dos filtros mais comuns em telescópios astronômicos, além daqueles de luz visível, são os filtros de infravermelho. Os comprimentos de onda na faixa do infravermelho são fundamentais na astronomia porque possibilitam enxergar estruturas que ficam ocultas no espectro visível. Em objetos interestelares como as nebulosas, por exemplo, nuvens de poeira e gás são facilmente detectadas em comprimentos de onda longos no infravermelho. Já para ver as estrelas recém-nascidas nessas nuvens de poeira e gás, os astrônomos realizam, em vez disso, observações em comprimentos de onda infravermelhos curtos que penetram as camadas grossas de poeira!
#2: Primavera cósmica!
Feliz começo da primavera! Pra comemorar, uma imagem da Nebulosa Roseta.
O vermelho mostra o gás hidrogênio usado para formar novas estrelas. #AstroMiniBR
(c) Andreas Fink pic.twitter.com/63DV4Ke34r
A primavera teve início na última quarta (22) no hemisfério sul e poucas coisas alegram mais os astrônomos do que encontrar formas conhecidas (como flores!) nos objetos celestes! A imagem acima, a Nebulosa Roseta, dispensa explicações sobre com o que se assemelha. Distante mais de 5000 anos-luz de nós, essa nebulosa não é a única a evocar à mente a imagem de uma rosa, mas certamente é uma das mais famosas. A nuvem cósmica de gás e poeira está localizada na borda de uma grande nuvem molecular na constelação de Monoceros, o Unicórnio. As “pétalas da rosa” são, na verdade, um enorme berçário estelar cuja forma simétrica é esculpida por ventos estelares e pela radiação do aglomerado de estrelas jovens e quentes localizadas no seu centro. Essas estrelas possuem apenas alguns milhões de anos e sua região central tem cerca de 50 anos-luz de diâmetro!
#3: Uma caminhada no espaço!
Como seria voar livremente no espaço?
Essa é a foto icônica do astronauta Bruce McCandless acima da Terra durante sua caminhada espacial em 1984. Sem amarras, ele se afastou cerca de 100 metros do ônibus espacial Challenger! #AstroMiniBR
(c) NASApic.twitter.com/2XttLuXRI8
Tudo bem que não é justo falar de “caminhada” no espaço, já que, na realidade, os pés dos astronautas não tocam em nada sólido e eles apenas flutuam. Mas, de todo modo, o astronauta estadunidense Bruce McCandless viveu um sonho de muitos! Em fevereiro de 1984, Bruce flutuou acima da Terra, inteiramente livre, a uma distância de cerca de 100 metros do compartimento de carga do ônibus espacial Challenger, mais longe do que qualquer um já esteve antes. Guiado por uma Unidade de Manobra Tripulada (MMU, na sigla em inglês), o astronauta foi um dos primeiros a experimentar essa “caminhada livre pelo espaço” durante a missão 41-B do ônibus espacial. O MMU funcionava disparando jatos de nitrogênio e foi usado para ajudar os astronautas a posicionar e recuperar satélites. Com uma massa superior a 140 kg, um MMU é pesado na Terra, mas, como tudo, aparenta não ter peso quando está em órbita. Esse instrumento foi posteriormente substituído pela unidade de propulsão de mochila conhecida como SAFER, menor e mais sofisticada.
#4: Os lagos de Titã!
Qual é o fato astronômico que mais deixa você chocado? Às vezes eu ainda fico incrédula que em Titã existem lagos compostos de hidrocarbonetos. É difícil imaginar isso porque só acontece em temperaturas baixíssimas (a superfície de Titã tem cerca de -180 ºC)#AstroMiniBR pic.twitter.com/HClSN6Cn3V
Tirando a Terra, a grande lua de Saturno, Titã, é o único local conhecido do Sistema Solar com lagos e mares líquidos estáveis em sua superfície. A imagem acima mostra, em falsa cor, os lagos próximos ao polo do satélite compostos essencialmente de metano e etano. Os lagos estão a temperaturas extremamente baixas de aproximadamente -180 graus. Esses mapas da superfície foram construídos com os dados do radar da sonda da NASA, Cassini, obtidos durante voos de passagem entre os anos de 2004 e 2013. As regiões mais escuras dos lagos refletem relativamente pouco do sinal de radar transmitido em comparação às mais azuis. Acredita-se que Titã também seja repleto de lagos menores de até 50 quilômetros de diâmetro.
#5: Você conhece o ano terrestre, mas e o ano galáctico?
O Sol orbita o centro da Via Láctea (a gente vai junto), demorando uns 230 milhões de anos para dar uma volta completa, o que é chamado de ano galáctico. Ou seja, da última vez que estivemos nessa região da Galáxia os dinossauros do triássico ainda estavam por aqui. #AstroMiniBR pic.twitter.com/ZNNRBuJGyC
O centro galáctico, onde acredita-se estar um buraco negro supermassivo, é a região na qual as estrelas - juntamente com o gás e a poeira presentes no disco da galáxia - orbitam. O Sistema Solar, assim como todas as estrelas visíveis a olho nu, estão localizados em um braço espiral desse disco, chamado de Braço de Órion. O ano galáctico, comumente conhecido também como ano cósmico, define o intervalo de tempo necessário para que o Sol orbite uma vez em torno do centro da Via Láctea. Um ano galáctico equivale a aproximadamente 230 milhões de anos terrestres. A velocidade média com que o Sistema Solar orbita a galáxia é em torno de 230 km/s ou 828.000 km/h. A essa velocidade, qualquer objeto poderia dar uma volta completa ao redor da Terra na altura da linha do Equador em apenas 2 minutos e 54 segundos!
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