Baterias feitas de lítio e enxofre, que usam materiais mais baratos e mais abundantes na natureza do que os utilizados atualmente – como níquel e manganês —, retêm de duas a cinco vezes mais energia por quilo do que as de íon-lítio. O problema delas é que se degradam rapidamente. Mas isso parece ter sido resolvido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Monash (Austrália). O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications no dia 10 de setembro.
Os pesquisadores descobriram que com adição de açúcar como uma espécie de teia ao redor do eletrodo de enxofre, as baterias podem ser recarregadas pelo menos mil vezes. Com o açúcar, o eletrodo de enxofre positivo não enfraquece rapidamente nem fica inacessível ao lítio, como ocorria anteriormente nesse tipo de bateria. Agora, uma única carga deve ser capaz de movimentar um veículo elétrico por quase mil quilômetros, sem necessidade de parada.
A equipe de pesquisadores diz que pode construir um protótipo de bateria que possa armazenar de duas a três vezes mais energia do que uma bateria de íon de lítio do mesmo tamanho. E o mais interessante é que a fabricação dessas baterias seria mais barata do que a de baterias como as que são utilizadas atualmente, já que as novas utilizam enxofre, um elemento barato e abundante, em sua composição.
Para o autor principal do estudo, o cientista Mainak Majumder, que é diretor do Monash Energy Institute, em menos de uma década a tecnologia que está sendo desenvolvida por eles poderá movimentar ônibus elétricos e caminhões por quase dois mil quilômetros sem precisar recarregar. A declaração foi feita em um comunicado da universidade à imprensa.
Equipe do Monash Energy Institute: Mahdokht Shaibani, o professor Mainak Majumder, Matthew Hill e Yingyi HuangFonte: Divulgação
Mas ainda iremos precisar esperar um pouco para ter acesso à nova tecnologia: os pesquisadores afirmaram que, embora tenham superado muitos obstáculos que estão no caminho das baterias de lítio-enxofre de longa duração, ainda existe a necessidade de mais avanços para permitir o uso dessa tecnologia promissora em larga escala.
ARTIGO Nature Communications: doi.org/10.1038/s41467-021-25612-5.
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