A Universidade Carnegie Mellon (CMU) de Pittsburgh nos EUA, famosa por conduzir os primeiros estudos de Inteligência Artificial (IA) no mundo, na década de 1950, anunciou no fim de setembro mais um projeto pioneiro: a construção, em parceria com a startup Emerald Cloud Lab (ECL), do primeiro laboratório em nuvem dentro de um ambiente acadêmico.
O CMU “Cloud Lab”, uma construção de 1,9 mil metros quadrados, começará a ser executada neste outono e deverá ser concluída até o verão de 2022, a um custo total de US$ 40 milhões (R$ 208 milhões). Realizada com recursos da própria universidade, a instalação está sendo projetada para automatizar a execução dos experimentos científicos através da robótica e da IA.
Controlado remotamente, o laboratório disponibilizará uma plataforma global para experiências dirigidas por IA, e pretende revolucionar a maneira como são executadas a pesquisa e a educação no âmbito dos laboratórios acadêmicos. Na expectativa de acelerar o ritmo das descobertas científicas, a CMU investiu mais de US$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão) em instalações científicas de última geração.
Como funciona um laboratório em nuvem?
A reitora do Mellon College of Science, Rebecca Doerge, explicou ao Wall Street Journal que a ideia de “aceleração da ciência” se baseia nos princípios da automação, que revolucionou os setores de varejo e logística, aplicados à pesquisa científica. Dessa forma, cientistas projetam os experimentos, usando software, enquanto os testes reais são executados por cerca de 200 tipos diferentes de robôs.
O principal objetivo do empreendimento é que os pesquisadores da universidade, aí incluídos químicos, engenheiros biomédicos e biólogos, possam estar liberados para atuar de forma mais criativa e estratégica. Doerge lembra que esses profissionais costumam passar a maior parte do seu tempo em laboratórios físicos dedicando-se a atividades como colocar milhares de amostras em tubos de ensaio, o que pode ser feito por robôs.
O CMU Cloud Lab será construído nos moldes do Emerald Cloud Lab, localizado em South San Francisco, na Califórnia, que é utilizado atualmente por inúmeras empresas farmacêuticas e de biotecnologia. No caso do laboratório da CMU, os primeiro utilizadores serão os pesquisadores da própria universidade, mas o seu uso remoto deverá ser futuramente estendido a outras instituições e startups de ciências biológicas.
De acordo com o cofundador e CEO do Emerald, Brian Frezza, a maior parte dos instrumentos do laboratório em nuvem da CMU usará técnicas de aprendizado de máquina e uma rede sensores. Enquanto esses sensores coletam dados dos instrumentos, algoritmos de IA farão análises do tipo o volume de líquido em uma amostra. A automação também deverá reduzir o potencial de erros, pois as tarefas serão padronizadas.
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