Frequentemente noticiamos aqui no TecMundo descobertas da astronomia, como galáxias distantes e asteroides. Mas é a primeira vez no mundo que uma astrônoma amadora tão jovem descobre 12 novos corpos rochosos.
Nicole Oliveira, uma brasileira de apenas oito anos, é apaixonada pelas estrelas desde os dois. Caso tenha as descobertas confirmadas como inéditas, a menina deve entrar para o Guinness World Records como a astrônoma mais jovem a descobrir asteroides. Atualmente, a pessoa mais nova a realizar o feito, segundo o livro, é Luigi Sannino, que fez a descoberta aos 18 anos.
Nicole é bicampeã da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e a pessoa mais jovem a integrar a International Astronomical Search Collaboration (IASC), um programa da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA). Nicolinha, como é conhecida nas redes sociais, participa do projeto da NASA desde 2020 e já criou seu próprio Clube de Astronomia infantil.
Para o futuro, Nicole afirmou, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, que deseja se tornar engenharia aeroespacial, para construir foguetes e levar as pessoas para o espaço. "Meu maior sonho é que todas as crianças no mundo possam ter acesso à ciência, tecnologia, astronomia e tudo mais que sonharem”, disse a pequena astrônoma.
Os pais da garota sempre a incentivaram, inclusive realizando vaquinhas para comprar equipamentos de observação do céu, como um telescópio astronômico. Atualmente, ela possui 21 mil seguidores no Instagram e é uma divulgadora científica ativa. Nicolinha é palestrante e possui um canal no Youtube em que faz lives e publica conteúdos que ensinam astronomia para crianças.
Confira abaixo um vídeo curto do canal explicando detalhes do asteroide Chariklo.
Como se tornar astrônomo amador
Se as observações de Nicole despertaram seu interesse, saiba que a astronomia é uma área do conhecimento em que o amadorismo não é pejorativo. Diferente de um entusiasta — alguém que gosta muito de um assunto —, o amador, no contexto da astronomia, é usado apenas para designar alguém cuja aquisição de conhecimento foi realizada por outros meios que não os acadêmicos. Astrônomos amadores estão, frequentemente, fazendo descobertas que auxiliam o trabalho dos profissionais.
Uma boa maneira de começar no caminho da astronomia amadora é observar o céu noturno a olho nu ou com a ajuda de binóculos; utilizar aplicativos de celular com cartas celestes; acompanhar os calendários astronômicos com os principais eventos do ano e, claro, estudar muito sobre o assunto.
No caso de Nicole, que é afiliada ao IASC, a instituição disponibiliza um software no qual é possível observar as imagens do céu captadas por telescópios do programa. Foi nesse software que Nicole descobriu os asteroides que estão em análise preliminar. Agora, o processo de reconhecimento será feito pelo Comitê Permanente Interinstitucional da NASA — um processo que pode levar até oito anos.
No Brasil, tivemos astrônomos amadores importantes, como Jean Nicolini, que dedicou-se à observação do céu por mais de 50 anos e trabalhou na divulgação da astronomia, inaugurando vários observatórios municipais no interior de São Paulo.
Hoje temos o engenheiro civil mineiro Cristovão Jacques Lage de Faria, que junto à sua equipe já descobriu dezessete asteroides, quinze Supernovas, três estrelas variáveis e busca Objetos Próximos à Terra (NEOs), por via do observatório SONEAR. O observatório, situado em Oliveira – MG, já foi palco de duas descobertas históricas de cometas.
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