Embora o governo de São Paulo tenha autorizado a reabertura total do comércio e do setor de serviços, um levantamento feito pelas universidades USP e Unesp aponta que uma explosão de casos de covid-19 na capital paulista deve acontecer a partir do mês de setembro. O principal motivo é o avanço da variante delta do coronavírus em todo o estado.
O levantamento foi feito por pesquisadores da plataforma Info Tracker, sistema compartilhado pelas duas universidades paulistas, que monitora a pandemia. O diagnóstico é determinado após a comparação com dados de regiões de outros países onde a delta é dominante, mesmo com a vacinação avançada. As projeções envolvem o que deve acontecer no Rio de Janeiro e em São Paulo nas próximas semanas.
Para chegar aos seus resultados, a pesquisa levou em conta a data da chegada da variante em Israel, Nova York e Londres, e quanto tempo foi necessário para que os casos de infecções aumentassem.
Mulher usa máscara e luva para se proteger do coronavírus dentro de metrô, em São Paulo (créditos: Nelson Antoine/Shutterstock)
Um dos coordenadores da Info Tracker, o professor da Unesp Wallace Casaca, explicou ao portal Uol que, mesmo com a vacinação avançada, os paulistanos precisam se preparar para essa tendência, "porque vai acontecer".
Como foi feito o levantamento da Info Tracker?
De acordo com os pesquisadores da Info Tracker, a variante delta leva, em média, 80 dias para provocar um aumento de infecções por covid-19. Os primeiros casos internacionais da linhagem foram identificados em abril, sendo em Londres (no dia 2), Nova York (10) e Israel (16).
No Rio de Janeiro, a primeira ocorrência foi detectada em 26 de maio e, em São Paulo, no dia 21 de junho.
De acordo com Casaca, a situação do Rio é mais grave, porque a metrópole já atingiu a tendência de alta sustentada. E, embora não tenha chegado aos patamares críticos das demais capitais mundiais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) já considera sua cidade o “epicentro da covid”. A variante delta foi identificada em 56,6% das amostras laboratoriais analisadas em agosto na capital fluminense.
Como a nova cepa representa 20,3% dos casos analisados pelo Instituto Adolfo Lutz na região metropolitana de São Paulo, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, diz que prefere esperar os próximos dias para verificar se a vacinação em massa dará conta de frear a delta. Não dará, segundo o especialista da Info Tracker. Apesar de pequeno hoje, o aumento “será perceptível e com elevação acentuada a partir da segunda quinzena de setembro”, prevê a plataforma.
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