O uso de rastreadores de atividade física, como pedômetros e acelerômetros — presentes em pulseiras e relógios inteligentes (smartwatches), por exemplo —, está associado a um aumento significativo nos níveis de atividade física em pessoas com doenças cardiometabólicas (como obesidade, hipertensão arterial e diabetes tipo 2).
O resultado vem de um estudo que fez uma revisão sistemática e meta-análise de dados, realizado durante todo o ano de 2020. Foram analisados 38 pacientes adultos em um universo de 4203 participantes.
Segundo o estudo, publicado no periódico científico JAMA Network Open, no dia 20 de julho, as intervenções com rastreadores de atividade física foram associadas a níveis significativamente aumentados de atividade física durante aproximadamente 15 semanas de acompanhamento.
Os participantes foram comparados com outros portadores de doenças cardiometabólicas que receberam acompanhamento tradicional (sem uso de smartwatches e outros dispositivos semelhantes). Quem usou os dispositivos teve uma redução no nível de glicose no sangue, entre outros benefícios trazidos pelo aumento da atividade física.
Rastreadores que ofereciam recursos adicionais, como consultas com profissionais de saúde, foram associados a níveis ainda maiores de atividade física. Pessoas do sexo masculino foram as mais beneficiadas pelo uso do equipamento.
Assim, a pesquisa mostra que os dispositivos podem colaborar para um melhor tratamento e controle de diversas doenças, algumas delas crônicas e sem cura.
Apesar disso, os pesquisadores ressaltaram que as melhorias nos níveis de atividade física podem permanecer abaixo das metas estabelecidas por recomendações clínicas do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA e de outros governos e agências globais.
Importância da atividade física
As doenças cardiometabólicas estão relacionadas ao estilo de vida dos portadores — e podem ser controladas evitando estilos de vida pouco saudáveis. Segundo os pesquisadores, o baixo nível de atividade física é um comportamento de risco modificável fundamental para pessoas com enfermidades cardiometabólicas e uma grande oportunidade de intervenção.
"Mortes prematuras poderiam ser potencialmente evitadas abordando os baixos níveis de atividade física mais do que qualquer outro fator de risco, como tabagismo, consumo de álcool ou doenças relacionadas ao estresse", escrevem os cientistas no artigo.
Vale a pena usar qualquer dispositivo?
Entre os rastreadores de atividade física analisados, quem teve os melhores resultados foi o contador de passos, conhecido como pedômetro — aplicativos como o Google Fit oferecem a tecnologia e, dependendo do celular do usuário, o próprio aparelho faz a contagem de passos por meio de um pêndulo que se movimenta no interior do telefone.
Embora essas tecnologias acessíveis possam incentivar o aumento dos níveis de atividade física, quem possui uma doença cardiometabólica não deve simplesmente sair caminhando com o celular no bolso ou a fitband no pulso: é preciso acompanhamento profissional.
No estudo, as intervenções que combinaram rastreadores de atividades vestíveis com consultas de profissionais de saúde foram as que estiveram associadas a melhorias mais significativas nos níveis de atividade física entre pessoas com condições cardiometabólicas.
A meta-análise ressaltou que os pedômetros são frequentemente criticados por não medirem os passos diários com precisão exata, mas podem ser mais adequados a curto prazo para pacientes com condições de alto risco que possuem o objetivo de atingir um certo número de passos por dia.
Resultados secundários
O uso dos rastreadores foi associado a reduções estatisticamente significativas nos níveis de glicose no sangue. Os pedômetros foram os dispositivos que tiveram a associação mais forte com a melhora dos níveis. Já o desempenho do acelerômetro não foi associado à melhora do nível de glicose no sangue em cinco estudos analisados. Não houve associações de intervenções do rastreador de atividade vestível com pressão arterial sistólica ou diastólica, níveis de colesterol, IMC e peso.
Para os pesquisadores, os achados justificam sua consideração em estudos futuros e também uma investigação adicional usando métodos mais robustos, como meta-análises de dados de participantes individuais. Para eles, compreender como melhorar ainda mais essas intervenções pode ter implicações no tratamento de pessoas com doenças cardiometabólicas.
Em um comentário especializado sobre o estudo, publicado no mesmo jornal científico, especialistas ressaltam que embora seja atraente considerar pedômetros simples associados à consulta médica como suficientes para ajudar a alterar substancialmente os níveis de atividade física, o aumento da disponibilidade e do uso de dispositivos mais complexos e mais novos pode, eventualmente, superar os dispositivos mais simples avaliados na meta-análise de 2020.
ARTIGO JAMA Network Open: doi:10.1001/jamanetworkopen.2021.16382
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